Agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) em carros de guerra blindados demonstraram como evitar escaramuças durante marchas de reivindicações.
No caso, ontem, os que foram escalados para repelir as marchas no bairro Patrice Lumumba, na cidade da Matola, permitiram que as pessoas seguissem o seu itinerário sem impedimentos ou tiros contra a população.
Conforme as imagens a que tivemos acesso e relatos de quem esteve naquela marcha, agentes em cinco blindando deveriam repelir a marcha. Estavam posicionados em pontos diferentes. Os primeiros dois blindados autorizaram a prossecução da marcha. Tendo a população transpondo a “linha de fogo”, eis que mais adiante se deparam com a segunda linha de fogo formada por três blindados. Mas diferentemente do que tem sido habitual (repelir marchas com gás lacrimogénio e balas letais), os agentes nos blindados encostaram os carros de guerra à esquerda da via por seguia a multidão e acenarem com as mãos o número três.
Entende-se que o gesto dos agentes tenha sido uma declaração de apoio à luta pela reposição da justiça eleitoral encabeçada por Venâncio Mondlane, até porque o candidato presidencial ocupava a terceira posição no boletim de voto, nas eleições de 9 de Outubro passado.
Para o Centro de Integridade Pública (CIP) esta atitude da polícia militarizada é histórica.
“O mais comum seria um confronto com consequências imprevisíveis. Aquela apatia da polícia pode ser vista como sinal de reconhecimento e da legitimação das manifestações” escreveu a ONG, no seu Boletim de Eleições.
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