A polícia queniana exumou, a 700 km da capital do Quénia, mais de 47 corpos, entre adultos e crianças, de pessoas de uma seita cristã que acreditavam na sua elevação ao céu após uma morte por jejum.
Os primeiros corpos foram descobertos na semana passada e as exumações iniciaram na sexta-feira, numa área florestal de 325 hectares, em Shakahola, perto de Malindi, no condado de Kilifi.
Os corpos estavam em sepulturas rasa no leste do país, e a polícia local de investigação criminal continuam as buscas por mais corpos e sobreviventes do culto religioso.
O Ministro do Interior do Quénia, Kithure Kindiki, prometeu visitar o local hoje, e referiu-se à descoberta como o “Massacre da Floresta de Shakahola” num tweet no domingo.
The unfolding Shakahola Forest Massacre is the clearest abuse of the constitutionally enshrined human right to freedom of worship. Prima facie, large- scale crimes under Kenyan law as well as international law have been committed. While the State remains respectful of religious…
— Kithure Kindiki (@KindikiKithure) April 23, 2023
Um membro da igreja encontrado pelas autoridades recusou-se a comer, apesar de estar visivelmente debilitado. Acredita-se que alguns membros da igreja ainda se estão a esconder das autoridades na floresta próxima.
A polícia disse que 15 fiéis resgatados tinham sido instruídos a morrer à fome para poderem encontrar o seu criador. Quatro deles morreram antes de chegarem ao hospital.
O chefe da polícia do sub-condado de Malindi, John Kemboi, disse que ainda têm de ser desenterradas mais sepulturas rasas no terreno pertencente ao pastor e líder de culto Paul Mackenzie, que foi preso a 14 de Abril por ligações ao cultismo. Mackenzie fez greve de fome na sua cela desde a sua detenção.
Mackenzie já tinha sido detido duas vezes, em 2019 e em Março deste ano, por causa da morte de crianças. De cada vez, ele foi libertado sob fiança, e ambos os casos ainda estão em andamento no tribunal.
O líder da seita se teria aproveitado da vulnerabilidade das vítimas, ma vez que a maioria eram mulheres e crianças.
No mês passado, a polícia prendeu Mackenzie por encorajar os pais de dois meninos a passar fome e sufocar seus filhos até a morte.
Durante a comparência em tribunal nesse caso, Mackenzie disse que não tinha conhecimento dos acontecimentos que levaram à morte dos dois rapazes, acrescentando que era alvo de propaganda hostil por parte de alguns dos seus antigos colegas.
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