Polícia Queniana exuma mais de 47 corpos de crentes que jejuaram até a morte para ir ao céu

Polícia Queniana exuma mais de 47 corpos de crentes que jejuaram até a morte para ir ao céu

A polícia queniana exumou, a 700 km da capital do Quénia, mais de 47 corpos, entre adultos e crianças, de pessoas de uma seita cristã que acreditavam na sua elevação ao céu após uma morte por jejum.

Os primeiros corpos foram descobertos na semana passada e as exumações iniciaram na sexta-feira, numa área florestal de 325 hectares, em Shakahola, perto de Malindi, no condado de Kilifi.

Os corpos estavam em sepulturas rasa no leste do país, e a polícia local de investigação criminal continuam as buscas por mais corpos e sobreviventes do culto religioso.

O Ministro do Interior do Quénia, Kithure Kindiki, prometeu visitar o local hoje, e referiu-se à descoberta como o “Massacre da Floresta de Shakahola” num tweet no domingo.

Um membro da igreja encontrado pelas autoridades recusou-se a comer, apesar de estar visivelmente debilitado. Acredita-se que alguns membros da igreja ainda se estão a esconder das autoridades na floresta próxima.

A polícia disse que 15 fiéis resgatados tinham sido instruídos a morrer à fome para poderem encontrar o seu criador. Quatro deles morreram antes de chegarem ao hospital.

O chefe da polícia do sub-condado de Malindi, John Kemboi, disse que ainda têm de ser desenterradas mais sepulturas rasas no terreno pertencente ao pastor e líder de culto Paul Mackenzie, que foi preso a 14 de Abril por ligações ao cultismo. Mackenzie fez greve de fome na sua cela desde a sua detenção.

Mackenzie já tinha sido detido duas vezes, em 2019 e em Março deste ano, por causa da morte de crianças. De cada vez, ele foi libertado sob fiança, e ambos os casos ainda estão em andamento no tribunal.

O líder da seita se teria aproveitado da vulnerabilidade das vítimas, ma vez que a maioria eram mulheres e crianças.

No mês passado, a polícia prendeu Mackenzie por encorajar os pais de dois meninos a passar fome e sufocar seus filhos até a morte.

Durante a comparência em tribunal nesse caso, Mackenzie disse que não tinha conhecimento dos acontecimentos que levaram à morte dos dois rapazes, acrescentando que era alvo de propaganda hostil por parte de alguns dos seus antigos colegas.

 

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