Kristalina Georgieva sublinhou esta sexta-feira a importância da cooperação internacional no comércio, deixando apelos para maior foco na justiça e equidade numa altura em que o mundo vive sérias disrupções nas cadeias de fornecimento e rotas de trocas tradicionais.
De acordo com o jornal Económico, a directora do Fundo Monetário Internacional (FMI) aproveitou o painel desta sexta-feira sobre comércio global inserido no seminário da instituição para reconhecer que foram cometidos erros nos últimos dez anos ao não ser dada maior importância à questão da desigualdade, mas apela a que sejam feitos esforços para reduzir os atritos nas relações entre países.
“Pode haver uma fragmentação que nos deixe a todos mais pobres, a não ser que atuemos para eliminar ou reduzir estes perigos”, afirmou, depois de admitir que o mundo actual é já “multipolar”.
Georgieva defendeu que a orientação dos países “em blocos que negoceiam entre si sem ganharem eficiência económica, mas por razões de segurança” resultaria em perda de riqueza para todos os envolvidos. Pelo contrário, e socorrendo-se do exemplo da grande crise financeira que rebentou em 2008, “quando existe cooperação internacional, conseguimos sair de crises”.
David Malpass, director do Banco Mundial e outro dos oradores do painel, acrescentou que “a fundação do desenvolvimento é o comércio”, mas ressalvou a necessidade de abordar as distorções de mercado criadas por alguns subsídios, que também contribuem para tensões entre países e para uma tendência de maior protecionismo.
O painel desta sexta-feira contou ainda com a presença de Ngozi Okonjo-Iweala, directora geral da Organização Mundial do Comércio, e de Matthias Cormann, secretário geral da OCDE.