A violência armada em Cabo Delgado prejudicou o sector das micro, pequenas e medias empresas (PME) da província em cerca de 42 milhões de meticais, disse, esta terça-feira, o ministro da Indústria e Comércio, Carlos Mesquita.
Não apenas as empresas somaram prejuízos. Desde Outubro de 2017, os ataques armados provocaram a destruição de centenas de residências e infra-estruturas, paralisando vários serviços do Estado e obrigando milhares de pessoas a fugirem dos pontos afectados pelas incursões rebeldes.
“Temos cerca de 4.965 micro, pequenas e médias empresas destruídas, das quais 295 unidades industriais, 4.500 na área de comércio e 166 na área de serviços. E aqui temos uma valorização de cerca de 42 milhões de meticais”.
Carlos Mesquita, Ministro da Indústria e Comércio
“É obvio que não podemos contabilizar os danos sociais e humanos que isso tem”, acrescentou Carlos Mesquita, citado pela Lusa.
A situação levou a que o Governo criasse um Plano de Reconstrução de Cabo Delgado, na sequência dos resultados positivos registados nos últimos meses nas operações militares.
O Conselho de Ministros aprovou o plano na última semana e está orçado em 300 milhões de dólares. Desse valor, aproximadamente 200 milhões destinam-se à implementação de acções de curto prazo, segundo informação avançada pelo primeiro-ministro, Carlos Agostinho do Rosário.
A província de Cabo Delgado é rica em gás natural, mas aterrorizada desde 2017 por rebeldes armados, sendo alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico.
O conflito já provocou mais de 3.100 mortes, segundo o projecto de registo de conflitos ACLED, e mais de 817 mil deslocados, segundo as autoridades nacionais.