PIB da África Subsaariana vai crescer 3,3% este ano e 3,5% em 2022

Um relatório do Banco Mundial (BM), publicado na quarta-feira, indica que a economia da África Subsaariana vai crescer 3,3% este ano e 3,5% em 2022. Este impulso virá do aumento dos preços das commodities, levantamento de algumas restrições anticovid e uma retomada no comércio em todo o mundo.

O relatório do BM refere que o crescimento pode revelar-se superior a 5,1% em 2022 e 5,4% um ano mais tarde. Todavia, isto vai depender da rapidez com que as imunizações estão a ocorrer. Nesta vertente, uma taxa de vacinação mais lenta reduziria as projecções de crescimento.

“Uma entrega e abrangência mais lentas da vacinação impediriam o relaxamento das interferências da covid-19 na actividade económica. Assim, e o crescimento abrandaria para 2,4% em 2023”, segundo o relatório do banco Africa’s Pulse.

O último relatório do mesmo banco, publicado em Abril, previa um crescimento de 2,3% a 3,4% este ano, após uma contracção estimada de 2,0% em 2020.

Embora muitas economias desenvolvidas tenham reaberto gradualmente graças a campanhas de vacinação, o ritmo das imunizações em África permanece lento. E, contudo, existe a preocupação de que as contínuas ameaças colocadas por variantes do coronavírus possam deixar as nações africanas presas em ciclos de lockdowns on-off.

Conforme a OMS África, no final de Setembro, metade dos 52 países africanos que receberam vacinas contra a covid-19 vacinaram 2% ou menos das suas populações.

O crescimento pode revelar-se superior a 5,1% em 2022 e 5,4% um ano mais tarde

Banco Mundial

O Banco Mundial afirmou que as economias de Angola, Nigéria e África do Sul deveriam sair da recessão este ano.

Bons ventos para outras nações

Angola, que é produtora de petróleo, registou um crescimento de 0,4% em 2021, após cinco anos consecutivos de recessão, segundo o relatório.

Previa-se que o crescimento da Nigéria fosse de 2,4%, impulsionado pelos serviços. E a África do Sul deveria crescer 4,6%, com base num melhor desempenho nos serviços, na indústria e na agricultura.

O banco referiu no documento os países não ricos em recursos que também deveriam recuperar fortemente. Por exemplo, a economia da Costa do Marfim deve crescer 6,2% e a do Quénia 5,0% este ano.

O BM afirmou que a África subsariana testemunhou um salto na dívida pública durante a pandemia. Conforme se viu, a média da dívida bruta das administrações públicas projectada em 71% do PIB para 2021, 30 pontos percentuais acima desde 2013.

“O aumento do financiamento em termos comerciais, reflectindo parcialmente o recente aumento das emissões de Eurobond, aumentou a exposição dos países da África subsariana aos riscos de taxa de juro, taxa de câmbio e rollover”, disse BM.

O banco disse ainda que outros desafios às perspectivas económicas da região incluíam o aumento da inflação e as alterações climáticas. Apesar da África subsariana ser o menor contribuinte para as emissões mundiais de carbono, foi mais duramente atingida pelas alterações climáticas.

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