A Procuradoria-Geral da República (PGR), através do Gabinete Central de Combate à Corrupção (GCCC), está a investigar negócios estranhos nas Linhas Aéreas de Moçambique (LAM), sob Direcção de João Carlos Pó Jorge.
O GCCC solicitou à direcção do Director-geral da LAM, Pó Jorge, documentos, incluindo contratos e autorizações de negócios que estão a empurrar a companhia para a falência.
O GCCC quer inteirar-se de todo o processo de procurement, que inclui aluguer de frota de aviões e serviços de catering, e detalhes sobre a tentativa de venda de dois aviões “Embraer 190”, já aos pedaços. Mais ainda, pretende-se desvendar o negócio do fornecimento de impressoras pela empresa privada “Print 4 You”.
De acordo com um jornal nacional, que cita uma auditoria da Ernst & Young sobre as contas da LAM, a companhia pagou 1,1 mil milhões de meticais só pelo aluguer de aviões; gastou 348,7 milhões para a reparação e manutenção dessas mesmas aeronaves; 294,5 milhões de meticias em seguros, que antes rondavam em 99 milhões de meticais; e 40 milhões de meticais em assistência técnica, que difere da manutenção e reparação. Aos intermediários “lobistas” nesses negócios a LAM pagou 127,5 milhões de meticais. A PGR quer averiguar todos esses contratos, incluindo o uso do depósito para a compra de aviões da marca “Boeing”.
Há mais…
As Linhas Aéreas de Moçambique terão gasto, só em 2019, cerca de 294,3 milhões de meticais em refeições que se resumiam em pão (seco) e água durante os voos.
Na lista das empresas fornecedoras estão: a “SMS Catering” – uma empresa participada pelo Estado, envolvida no escândalo de corrupção, incluindo sobrefacturação, nos “Aeroportos de Moçambique”, cuja Directora foi presa; a “Bízua Catering”; e a “Monte Verde”, da Beira. A PGR também quer ver os respectivos contratos.
Salários…
A direcção da LAM, constituída pelo Director-geral e seis outros Directores teve, em 2020, 48,5 milhões de meticais para gerir a empresa. No ano anterior a quantia salarial rondava nos 31,5 milhões de meticais para o mesmo grupo de pessoas.
A massa laboral, de cerca de 808 trabalhadores, absorve 900 milhões de meticais em ordenados.
Fonte: Canal de Moçambique