A agência Moody’s elevou a sua previsão para os preços do barril de petróleo a médio prazo, com as cotações a variarem entre 50 e 70 dólares por barril. Esta é a estimativa que teve antes do impacto da pandemia da Covid-19 sobre os preços.
Esta nova previsão reflecte a expectativa de que os custos de produção por barril mantenham a tendência de subida, em linha com uma demanda crescente.
“Também esperamos que uma oferta restrita continue a dar suporte ao aumento dos preços do petróleo”, afirmou Elena Nadtotchi, vice-presidente sénior da Moody’s.
A agência afirmou que o sector de exploração e produção (“upstream”) continua a investir muito menos do que no período pré-pandemia. Esta tendência mantém-se apesar da subida dos preços de petróleo e gás natural este ano.
Além disso, as empresas do segmento indicam que o patamar de investimento seguirá baixo no próximo ano.
Segundo a Moody’s, os desembolsos em exploração e produção de petróleo subiram apenas de forma marginal em 2021, após uma queda de 30% em 2020. Este factor, combinado à recuperação da demanda, deve dar suporte aos preços. A agência espera uma “modesta alta” nos investimentos em 2022, mesmo com a cautela demonstrada pelas empresas.
“Nossa análise demonstra que as empresas de exploração e produção vão precisar de aumentar seus investimentos consideravelmente no médio prazo para repor totalmente as reservas e evitar o declínio da produção no futuro”, lê-se numa nota assinada por Sajjad Alam, vice-presidente da Moody’s.
A agência espera que grandes empresas independentes, assim como as petrolíferas integradas e nacionais, mantenham a disciplina de produção em 2022. Por conseguinte, deve-se elevar a oferta de forma gradual para atender à alta da demanda. A velocidade do aumento de oferta, porém, deve variar de acordo com a região do mundo.
Aumento do petróleo acima dos 80 dólares com crise global de energia definida para impulsionar a demanda
Os futuros do petróleo nos EUA estão estáveis depois de o barril ultrapassar a barreira dos 80 dólares pela primeira vez desde Novembro de 2014.
O petróleo subiu à medida que a crise energética global abanou o mercado. Em simltâneo a OPEP+ estava a restruturar a produção a um ritmo modesto.
Os futuros do West Texas Intermediate subiram cerca de 2% depois de ultrapassar o limite de preço “psicológico” na sexta-feira pela primeira vez desde Novembro de 2014.
Os preços de combustíveis como carvão e gás natural estão a subir na Europa e Ásia. Isto deve-se ao baixo nível das reservas antes do inverno do Hemisfério Norte, levando a uma mudança para produtos de petróleo, como diesel e querosene.