A agência de notação financeira Moody’s melhorou na sexta-feira a Perspectiva de Evolução da economia de Moçambique, de Estável para Positiva, mas manteve o ‘rating’ em Caa2, o quarto pior nível de análise do crédito soberano, e que implica um “risco de crédito muito elevado”.
Segundo uma nota divulgada pela agência de notação, citada pela Lusa, “as motivações para o ‘outlook’ (Perspectiva de Evolução) positivo incluem as previsões de melhoramentos abrangentes no perfil de crédito do país, liderado pela produção de gás natural liquefeito, e os esforços do governo para fortalecer a governação pública, que pode melhorar, com o tempo, a eficácia política face aos atuais níveis muitos fracos”.
Nesta análise, os analistas apontam que os próximos 12 a 18 meses “serão fundamentais para a Moody’s avaliar “se os níveis de produção de gás natural e a gestão das futuras receitas pelo governo vão levar a melhorias sustentáveis na robustez fiscal e orçamental do país”.
Neste sentido, a manutenção do ‘rating’ em Caa2 baseia-se “nas persistentes fraquezas do crédito, que sugerem que ainda há um elevado risco de ‘default’ (Incumprimento Financeiro)”, e relacionam-se com “a elevada dívida pública, a exposição a riscos cambiais e a vulnerabilidade a múltiplas fontes de choques, como a segurança e o clima”.
Contudo, a Moody’s melhorou em um nível a qualidade do crédito soberano em moeda local, que passou de Caa1 para B3, devido à “melhoria da estabilidade macro-económica”.
Para os analistas da Moody’s, a produção de gás natural no norte do país será fundamental para a evolução de Moçambique.
“A Moody’s antevê que, a seu tempo, estes esforços, principalmente se foram acompanhados de um programa do Fundo Monetário Internacional, possam melhorar a capacidade institucional de Moçambique”, lê-se na nota que acompanha a decisão sobre o ‘rating’.