A escritora moçambicana, Paulina Chiziane, será homenageada na 10.ª edição do Festival de Poesia de Lisboa, a decorrer de 24 a 28 de Setembro, na capital portuguesa. Além da consagrada artista, Moçambique será representado pela poetisa Énia Lipanga.
Nascida a 4 de Junho de 1955, em Mandlakaze, na província de Gaza, Paulina Chiziane tornou-se na primeira mulher a publicar um romance em Moçambique. Iniciou a sua actividade literária em 1984, com contos publicados na imprensa moçambicana.
As suas escritas vêm gerando discussões polémicas sobre assuntos sociais, tal como a prática de poligamia no país. Com o seu primeiro livro, Balada de Amor ao Vento (1990), a autora discute a poligamia no Sul de Moçambique durante o período colonial.
Em 2021, a escritora tornou-se na primeira mulher africana a receber o maior prémio literário em língua portuguesa: o Prémio Camões. No ano seguinte foi outorgada Doutora Honoris Causa pela Universidade Pedagógica de Maputo.
Já em 2023, recebeu o Prémio José Craveirinha, da Associação dos Escritores Moçambicanos (AEMO), pelo seu romance “Niketche: uma história de poligamia”.
“O Sétimo Juramento”, “Ventos do Apocalipse”, “O Alegre Canto da Perdiz” são algumas obras publicadas pela multifacetada artista.
Énia Lipanga é uma poetisa, activista e jornalista com uma trajectória marcada pelo engajamento em causas sociais, especialmente na defesa dos direitos das mulheres e na inclusão de pessoas com deficiência.
A sua experiência abrange a comunicação para mudança de comportamento, a literatura e o activismo, tendo trabalhado como locutora e repórter em alguns meios de comunicação.
Em 2024, foi reconhecida como uma das 10 mulheres mais inspiradoras e agentes de mudança pela revista Hamasa Magazine e nomeada uma das 100 personalidades negras mais influentes da lusofonia.
Énia é a criadora do sarau “Palavras São Palavras”, um espaço de inclusão que valoriza artistas periféricos e novos talentos.
É também mentora do movimento Incluarte, que apoia artistas com deficiência. A sua poesia e performances exploram identidade, género e ancestralidade, abordando questões sociais e culturais, segundo escreve o Notícias.
Entre a obras publicadas destacam-se “Sonolência e Alguns Rabiscos” (o primeiro livro de poesia em tinta e braille publicado em Moçambique), “Para Enxugar as Nódoas dos Meus Olhos” e “Ensaios da Partida”.
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