Os partidos da oposição em Moçambique consideram que as medidas de estímulo à economia, anunciadas pelo Governo da Frente de Libertação de Moçambique (FRELIMO) são decepcionantes.
“As medidas apresentadas pelo chefe de Estado frustram o povo moçambicano e desiludiram o povo, na medida em que as mesmas não resolvem o problema da fome e da pobreza”, afirma Ismael Nhacucue, porta-voz do Movimento Democrático de Moçambique (MDM), o segundo maior partido da oposição no país.
“As medidas são cosméticas e não resolvem os problemas da economia a curto prazo”, critica ainda o porta-voz do MDM, que esperava, entre outras medidas, uma redução maior do Imposto de Valor Acrescentado (IVA), além do ponto percentual anunciado pelo Presidente Filipe Nyusi, que coloca o IVA nos 16%.
“Esperávamos que o Governo fosse mais ousado nas medidas, sobretudo de longo prazo, baixando o IVA para 14%. A redução do Imposto sobre Pessoas Colectivas (IRPC) em 10% nos sectores da agricultura e transporte urbano é contraproducente”, argumenta Ismael Nhacucue.
“Manifesto eleitoral para 2024”
Ossufo Momade, líder da Resistência Nacional Moçambicana (RENAMO), principal partido da oposição em Moçambique, não tem dúvidas: “Eu tenho a máxima certeza que a FRELIMO e Nyusi não estão à altura de resolver os problemas do nosso país.”
Para o líder da RENAMO, as medidas anunciadas “não passam de um manifesto eleitoral para 2024”, até porque “Filipe Nyusi não tem tempo de resolver aqueles problemas”, sublinha.
“Quem é o administrador e governador que vai resolver, se são eles que governam o país desde 1975? O que eles devem fazer é resolver os problemas dos moçambicanos”, desafia Ossufo Momade.
FRELIMO optimista
Já a FRELIMO, o partido no poder, elogia o Governo e considera que as medidas vão ajudar no crescimento da economia e desenvolvimento do país. Para tal, segundo Roque Silva, secretário-geral da FRELIMO, é preciso que os moçambicanos se empenhem mais na produção.
“Não sei se imagina o que representa a redução de 1% de todo o IVA cobrado no país. Mas ele [o Presidente] tomou essa decisão porque sabe que vai ajudar a nossa economia a crescer”, destaca.
“A visão dele é investir hoje para colher amanhã. Aquelas medidas sozinhas não vão produzir resultados, mas elas vão produzir resultados se cada um fizer a sua parte do trabalho”, conclui Roque Silva.
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