O secretário-geral da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP) considerou, hoje, que os estados africanos, e outros pequenos e mais pobres do mundo, são os que mais sofrem com os impactos da guerra na Ucrânia.
Na perspectiva de Zacarias Costa, os países da CPLP abstêm-se de condenar a invasão russa a Ucrânia para salvaguardar seus interesses.
“A verdade é que todos sentimos as consequências da guerra. Penso que todos os países têm os seus interesses e todos os países têm em conta a sua situação, não só a situação geográfica, mas também de relevância e de influência a nível internacional”, disse, à margem da 77.ª Assembleia-Geral da ONU.
No entanto, Costa admite ser do interesse dos estados africanos condenar a guerra, mas antes disso cada estado prefere manter as relações que tem com os envolvidos.
“Cada um toma a decisão que interessa, salvaguardada pelos seus países e pelos seus cidadãos”, lembrou.
Desde o início da guerra da Ucrânia, em 24 de Fevereiro, um número significativo de nações, maioritariamente africanas, abstiveram-se de condenar a invasão russa, sobretudo em palcos como as Nações Unidas.
Esta posição tem sido lida como ligada não apenas ao papel estratégico político e económico que Moscovo representa em grande parte da África, mas também a razões históricas como o apoio russo aos movimentos anticoloniais e à libertação dos povos africanos no século XX.
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