ONU “preocupado” com futuro do acordo dos cereais do Mar Negro

O secretário-geral das Nações Unidas (ONU), António Guterres, disse ontem estar “preocupado” com o futuro do acordo de exportação de cereais ucranianos, e que está a “trabalhar arduamente” na sua extensão além de 18 de Julho.

Numa conferência de imprensa, António Guterres: “estou preocupado e estamos a trabalhar arduamente para garantir que seja possível manter o acordo dos cereais do Mar Negro e, ao mesmo tempo, continuar o nosso trabalho para facilitar as exportações russas”.

Em Julho de 2022, a Ucrânia e a Rússia, numa mediação assegurada pela Turquia e pelas Nações Unidas, assinaram o acordo dos cereais do Mar Negro para permitir as exportações de alimentos bloqueados nos portos ucranianos.

Entretanto, este acordo crucial, citado pela Lusa, que ajudou a aliviar a crise alimentar global causada pela guerra, já foi prorrogado várias vezes, mas Moscovo tem ameaçado por-lhe fim caso as suas próprias exportações de alimentos e fertilizantes continuem a ser obstruídas.

Agora, a Rússia pede, em particular, a retomada da operação do oleoduto Togliatti-Odessa para entregas de amónia, um componente químico essencial para fertilizantes.

Contudo, uma explosão nesse oleoduto na semana passada – da qual Moscovo e Kiev se acusam mutuamente – pode ter um “impacto negativo” no futuro do acordo dos cereais do Mar Negro, alertou o Kremlin.

A ofensiva militar lançada a 24 de Fevereiro de 2022 pela Rússia na Ucrânia causou até agora a fuga de mais de 14,7 milhões de pessoas – 6,5 milhões de deslocados internos.

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