ONG relata fraca denúncia de casos de assédio sexual nas universidades moçambicanas

ONG relata fraca denúncia de casos de assédio sexual nas universidades moçambicanas

Os casos de assédio sexual nas instituições de ensino superior em Moçambique quase não são reportados e dos que são registados menos da metade são resolvidos.

O Centro de Integridade Pública apresentou, hoje, em Maputo, um estudo ilustrativo onde revela que entre 2019 e 2022, foram registadas 30 denúncias, das quais 15 foram arquivadas, nove resolvidas com despacho e seis em andamento para possível resolução.

Os dados foram recolhidos em instituições de ensino, públicas e de Organizações Não Governamentais (ONG) nas províncias de Maputo (cidade), Inhambane, Manica e Tete.

“O número de denúncias está longe de espelhar a realidade de casos existentes devido à falta de credibilidade nos mecanismos de denúncia e protecção às denunciantes”, lê-se no relatório.

Os dados do CIP indicam ainda que “seis em cada dez alunas que frequentam o ensino superior em Moçambique já sofreram assédio sexual praticado pelos seus docentes. A maioria das vítimas não chega a denunciar por temer represálias académicas e as poucas que têm a coragem de denunciar não encontram acolhimento de quem é de direito. Os processos acabam arquivados”.

Na perspectiva da ONG, os resultados representam a ponta do iceberg de um número maior [de casos] omitidos pelas vítimas por temerem represálias académicas e por descrédito dos canais de denúncia existentes.

Na ocasião, o Reitor da Universidade Pedagógica, Jorge Ferrão, vincou a necessidade de se aprimorar os mecanismos de denúncia, apesar de os existentes estarem a funcionar a meio-gás.

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.