O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) prevê que, a breve trecho, e com a nova gestão, a Hidroeléctrica de Cahora Bassa (HCB) entre para uma nova fase de cadencia financeira devido ao elevado nível de endividamento. A ONG apela que ao accionistas vigiem as operações da empresa e exijam transparência das contas.
A HCB tem uma dívida de cerca de 225 milhões de euros financiados por entidades internacionais como o Banco Africano de Desenvolvimento e a Agência Francesa para o Desenvolvimento, e União Europeia que doou 22 milhões de euros, totalizando 247 milhões de euros. O valor corresponde a 49% dos 507 milhões de euros necessários para a empresa modernizar o seu sistema de produção de electricidade, segundo o CDD.
“Partindo de uma situação de consolidação da sua solidez financeira e menor dependência de recursos alheios, a empresa deverá experimentar uma deterioração assinalada da sua autonomia financeira e um aumento exponencial do seu grau de endividamento que, até o exercício económico de 2022, esteve em torno de 4% do capital total da empresa”, lê-se.
E com isso, continua a ONG, é expectável que se verifiquem “sacríficos” face à acumulação de níveis de elevados níveis de endividamento. Isto poderá traduzir-se em longos anos de pagamento das dívidas, aumento do risco financeiro da empresa causado por novas dívidas, e incremento da exposição do Estado aos riscos fiscais por via do Sector Empresarial do Estado.
O Estado, e de igual modo, o público, que adquiriu quatro porcento da HCB na sua Operação Pública de Venda de acções, em 2019, vão ter baixos retornos devido à modernização no sistema de produção de electricidade.
“Ainda vai levar algum tempo para que o valor ainda irrisório de cerca de 0,156 meticais por acção que os moçambicanos recebem pela sua participação na empresa conheça uma tendência crescente”, escreve o CDD.
Neste sentido, “os moçambicanos, mormente aqueles com acções na empresa, têm a importante missão de, através de um maior escrutínio, a exigência de maior transparência e prestação de contas, assegurar que os créditos sejam, efectivamente, utilizados seguindo as “boas práticas de gestão”.
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