O Centro para Democracia e Desenvolvimento (CDD) acusa o Banco de Moçambique (BM) de estar obcecado pela inflacção a um dígito, o que asfixia os empresários e as famílias moçambicanas.
Segundo a ONG, a “aversão” do Banco Central pela inflação leva o regulador a trilhar num ciclo “cada vez mais vicioso” de encarecimento do dinheiro em Moçambique.
O BM é a instituição líder que adoptou uma postura mais restritiva e conservadora na gestão dos instrumentos de política monetária ao nível da região da SADC. Só este ano, incrementou sua taxa de juro em 400 pontos base, de acordo com o CDD.
“O primeiro aumento, na ordem de 200 pontos base (pb), foi registado na sessão de Março, após passar um ano e dois meses sem sofrer qualquer alteração ao nível de 13,25%. O segundo ajuste, na mesma magnitude do primeiro, foi comunicado na quinta e penúltima sessão do Comité de Política Monetária (CPMO) em Setembro último, elevando a taxa para os actuais 17,25%, o que totaliza um agravamento de 400pb desde a primeira sessão de Janeiro”, escreve o CDD.
Além disso, no mês passado o BM agravou “a taxa da Facilidade Permanente de Cedência de Liquidez de 18,25% para 20,25%, a taxa da Facilidade Permanente de Depósitos de 12,25% para 14,25% e manteve os coeficientes de Reservas Obrigatórias para os passivos em moeda nacional em 10,50%, e em moeda estrangeira em 11,50%”.
A organização prevê que a taxa de juro dos bancos comerciais se agrave para 22,60% nos próximos meses. Essa antevisão leva em conta a manutenção da prime rate em 20,60% no mês de Outubro, tal como nos anteriores quatro meses.
“A prevalecer a volatilidade de preços dos combustíveis e dos alimentos, as condições para obtenção de financiamento tornar-se-ão ainda mais proibitivas e o serviço da dívida existente na banca comercial ainda mais oneroso para as empresas e famílias moçambicanas”, lê-se.
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