OMS quer que 70% da população mundial esteja vacinada em meados de 2022

O director-geral Organização Mundial da Saúde (OMS), Tedros Adhanom Ghebreyesus, pediu esta quarta-feira a mobilização de governos, farmacêuticas e sociedade para que 70% da população de todos os países esteja vacinada contra a covid-19 em meados de 2022.

“Quero que governos, indústria e sociedade civil trabalhem connosco numa campanha que visa 70% de cobertura de vacinas em todos os países até ao início de Julho”, afirmou na habitual videoconferência de imprensa da OMS sobre a evolução da pandemia da covid-19, depois de lamentar que não tenha sido atingida a primeira meta – a de 40% da população de todos os países estar vacinada até ao fim de 2021.

Segundo o director-geral da OMS citado pela Lusa, 92 países – de um total de 194 – não alcançaram esta meta.

“Não é apenas uma vergonha moral, custou vidas e deu ao vírus a oportunidade de circular e sofrer mutações”, disse, assinalando que “este é o momento de superar nacionalismos de curto prazo e proteger as populações e economias contra as variantes futuras, acabando com a desigualdade global das vacinas”.

Ghebreyesus acusou os países mais ricos de terem prejudicado a distribuição equitativa de vacinas contra a covid-19 e “criarem as condições ideais para o aparecimento de novas variantes” do coronavírus SARS-CoV-2, ao açambarcarem vacinas.

“Não devemos apenas partilhar vacinas de forma mais rápida e equitativa, como devemos apoiar os países na sua produção e distribuição para todos”, sustentou, advertindo que “a ênfase” dada pelos países ricos às doses de reforço, para travar a propagação da variante Ómicron, pode voltar a penalizar as populações dos países mais pobres que ainda não têm a vacinação primária, e, por isso, em maior risco de doença grave, hospitalização e morte.

De acordo com o dirigente da OMS, “a chave” do fim da pandemia está no fim da desigualdade na distribuição e administração de vacinas.

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