Em outubro do ano passado, a estimativa da Organização Mundial do Comercio (OMC), apontava um crescimento das trocas comerciais em torno dos 4,7%. A crise deverá reduzir o comércio internacional devendo situar-se entre 2,4 e 3,0% este ano. O mesmo cenário deverá ocorrer no produto económico mundial que se prevê que se situe entre 3,1 e 3,7% este ano.
“O povo ucraniano está a viver muito sofrimento e destruição, mas os custos em termos de redução das trocas e da produção vão ser sentidos provavelmente pelas populações do mundo inteiro, devido à subida dos pecos dos produtos alimentares e da energia e à redução da disponibilidade das mercadoras exportadas pela Federação Russa e Ucrânia”, refere o documento da OMC, citado pela Lusa.
Segundo o mesmo documento os países mais pobres estão fortemente ameaçados pela guerra, porque afetam uma parte maior dos seus rendimentos aos produtos alimentares do que os países ricos, prevendo-se igualmente um impacto na estabilidade política.
Se as partes russa e ucraniana no conjunto da produção e do comércio mundiais são relativamente pequenas, estes dois Estados são importantes fornecedores de produtos essenciais, como alimentares e energéticos.
Segundo a OMC, a Federação Russa e a Ucrânia somadas representaram em 2019 cerca de 25% do milho mundial, 15% da cevada e 45% do girassol.
Por seu lado, só a Federação Russa representa 9,4% do comércio mundial de carburantes, parte que sobe para 20% no caso do gás.