Arrancam em Janeiro do próximo ano as obras de construção da linha de transporte de energia eléctrica de duzentos e dezoito quilómetros, que vai ligar Moçambique ao Malawi, a partir da subestação de Matambo, na província de Tete.

O anúncio foi feito, esta quarta-feira, pelo Gerente de grandes projectos da empresa pública de distribuição de energia eléctrica do Malawi (ESCOM), numa conferência de imprensa na cidade de Blantyre.

Alexander Kaitane explicou que o atraso no arranque do projecto, deveu-se a restrições impostas pela pandemia da covid-19, que por várias vezes impediu a realização de encontros técnicos com a empresa Electricidade de Moçambique.

“Queremos anunciar que trabalhos de interconexão entre Moçambique e Malawi já iniciaram. As empresas contratadas para a construção da linha e da subestação de Matambo estão neste momento a terminar o mapeamento da área e o levantamento do número das famílias afectadas pelo projecto para a indeminização. Até finais de Janeiro ou Fevereiro, iniciará o verdadeiro trabalho de fundações e colocação de postes”, disse.

Para o lado malawiano, a empreitada está confiada a empresa indiana L&T enquanto que a Sinohydro, uma empresa estatal de construção e engenharia hidreléctrica chinesa, encarregar-se-á pela construção da subestação de Matambo, no distrito de Marara em Tete.

O gerente de grandes projectos da empresa pública de distribuição de energia eléctrica do Malawi (ESCOM), Alexander Kaitane, assegurou que as obras terão a duração de um ano e dez meses, estando a entrega prevista para Outubro de 2023.

Com um custo de cerca de 130 milhões de dólares, o projecto está a ser financiado pelo Banco Mundial, Fundo Fiduciário do Governo da Noruega, União Europeia e governo da Alemanha.

A interconexão, irá permitir o abastecimento de 400 quilovolts de energia eléctrica para o Malawi, e está inserida no plano de desenvolvimento de longo prazo denominado Malawi 2063.

A conclusão deste projecto, vai dinamizar o comércio bilateral de energia entre Moçambique e Malawi para além de permitir que o país esteja pela primeira vez conectado à congregação de cooperação das empresas nacionais de electricidade da África Austral, sob os auspícios da SADC.