O que o FMI disse sobre os atrasos salariais em Moçambique?

O que o FMI disse sobre os atrasos salariais em Moçambique?

A função pública em Moçambique regista atrasos salariais decorrentes da implementação da Tabela Salarial Única. Mas também, os funcionários e agentes do Estado têm incertezas sobre a quantia dos ordenados.

A TSU entrou em vigor em 09 de Junho deste ano. Em Maio, o Fundo Monetário Internacional em Moçambique (FMI) recomendou cortes nos gastos com os salários. A ideia visava condicionar as reformas para a massa salarial tornar-se compatível com o orçamento aprovado.

Na segunda-feira (30), Pablo Lopez Murphy, do FMI, pronunciou-se pelos recentes atrasos no pagamento de ordenados verificados na função pública e apresentou a perspectiva da instituição financeira.

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“Na nossa relação com os países que são membros do FMI enfatizamos a importância de ter sustentabilidade fiscal. O que significa que se deve tentar ter défices e oscilações moderados na gestão das finanças públicas. Sabemos que existem grandes oscilações as finanças publicas, e por isso é que ocorrem esses atrasos até com fornecedores” explicou.

É por essa razão que a instituição encoraja o estabelecimento de orçamentos prudentes onde os níveis de gastos estejam alinhados com os ganhos tributários do Estado. “É necessário evitar oscilações que podem colocar o governo numa posição financeira difícil”.

“Nós pensamos que o governo deve estabilizar as políticas públicas por forma a reduzir ao máximo esses atrasos. Ser prudente para reduzir esses atrasos que afectam toda a economia. É uma adversidade em espiral”, disse.

Ele falava na segunda-feira (31), em Maputo, durante uma reunião com o presidente da Confederação das Associações Económicas -CTA.

Murphy aproveitou a ocasião para explicar que o FMI analisa a economia dos países dentro de um parâmetro holístico, e sem um tratamento “especial” para determinados sectores.

“No geral, o FMI enfatiza a estabilidade macroeconómica. A política monetária é o principal instrumento para garantir a estabilidade e redução da inflacção. As pessoas mais afectadas pela inflacção são as mais vulneráveis, porque não têm acesso a dinheiro”, referiu

Ana óptica da instituição, o Banco de Moçambique deve focar-se na luta pela estabilidade dos preços. “Moçambique realizou enormes progressos nesse sentido. Estamos satisfeitos com isso”.

Ainda assim: “o Banco Central precisa de fazer um trabalho que beneficie a todos os sectores. Todos os intervenientes económicos são favorecidos pela estabilidade dos preços. Nós, como FMI, não privilegiamos sectores, e preferimos actuar com neutralidade”.

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