Um novo estudo da Universidade de Stanford, publicado agora na revista científica Nature, considera que o metano, um gás com efeito de estufa pode ter uma nova utilidade: ser transformado em ração para peixes de aquacultura.
Segundo explica a Universidade, a solução está nas bactérias consumidoras de metano, as metanotróficas. Neste sentido, estas bactérias podem ser cultivadas num reactor biológico refrigerado cheio de água, alimentado com metano pressurizado, oxigénio e nutrientes como o nitrogénio, fósforo e metais residuais.
Prosseguindo, o estudo aponta que a biomassa rica em proteínas resultante pode ser usada como farinha de peixe na alimentação da aquicultura, compensando a procura por farinha de peixe feita de peixes pequenos ou alimentos à base de plantas que requerem terra, água e fertilizantes.
“As fontes industriais nos EUA estão a emitir uma quantidade verdadeiramente impressionante de metano, que não é económico de capturar e de usar atualmente”, explica Sahar El Abbadi, autora do estudo. “O nosso objectivo é mudar esse paradigma, usando a biotecnologia para criar um produto de alto valor”.
Neste momento, para analisar o potencial desta tecnologia nos Estados Unidos, os cientistas criaram vários cenários onde o metano seria obtido através de estações de tratamento de águas residuais, aterros, instalações de petróleo e gás, e de gás natural comprado na rede comercial.