O presidente da Federação Moçambicana das Associações dos Transportadores Rodoviários (FEMATRO) disse esta segunda-feira à Lusa ser “irreversível” o aumento do preço dos transportes colectivos, assinalando que a actividade ficou “insustentável” com o agravamento do preço dos combustíveis.
“O reajuste do preço nos transportes é irreversível. A questão já não é se vai haver actualização de preço, a questão é saber quando e, por nós, devia ser ainda esta semana”, afirmou Castigo Nhamane.
A FEMATRO entregou ao Governo uma proposta de aumento de preços e aguarda que o executivo dê uma resposta ainda esta semana, acrescentou.
“Não posso divulgar os valores dos preços constantes na nossa proposta, mas já é do domínio do Governo”, declarou.
Nhamane sustentou que a atividade ficou incomportável com a mais recente escalada nos preços dos combustíveis, observando que o sector não actualiza preços há cinco anos.
Há duas semanas, a Autoridade Reguladora de Energia (ARENE) de Moçambique anunciou a subida dos preços dos produtos petrolíferos no país entre 7% a 22%, reflectindo a subida do preço do barril de crude.
O ministro da Economia e Finanças, Adriano Maleiane, disse, na semana passada, no parlamento, que o aumento do preço dos produtos petrolíferos ainda está abaixo do que as regras de cálculo preveem.
O preço da gasolina “podia ser 75 [meticais por litro]” em vez do aumento para 69, em vigor, caso fosse aplicado o que estava na lei, referiu.
O aumento podia ter sido maior, mas não foi, porque é preciso “fazer as coisas de forma gradual até estarmos de novo na fórmula e funcionar como tínhamos combinado”, entre Governo e gasolineiras, disse Maleiane.
A regra de cálculo tem em conta o preço do barril de crude e a taxa de câmbio do metical, prevendo actualizações sempre que há variações superiores a 3%.
Agência Lusa