O Presidente da República, Filipe Nyusi, considerou hoje um “desafio complexo” a manutenção e consolidação das posições recuperadas dos grupos armados que actuam na província de Cabo Delgado, norte do país, mostrando “agrado” com os progressos na frente de combate.
“O desafio de manter e consolidar a retaguarda tem-se revelado mais complexo, daí a necessidade de mais atenção e rigor”, declarou Nyusi.
O chefe de Estado moçambicano falava durante o lançamento oficial da Força em Estado de Alerta da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral (SADC), hoje na cidade de Pemba, capital de Cabo Delgado.
Filie Nyusi assinalou hoje a reconquista da vila portuária de Mocímboa da Praia e de várias “posições avançadas” dos grupos armados que atuam no norte do país, reiterando o compromisso de eliminação “do terrorismo e do extremismo violento”.
“O controlo da vila-sede de Mocímboa da Praia e retorno gradual de circulação entre Palma e Mocímboa da Praia é o produto da bravura e entrega da força conjunta, com vista a devolver rapidamente a estabilidade na região”, afirmou o Presidente moçambicano.
A Força em Estado de Alerta da SADC, em cooperação com as FDS moçambicanas e o contingente militar do Ruanda, devem impedir o retorno dos grupos armados às zonas de onde foram expulsos, acrescentou.
“Nos últimos dias, temos estado a receber, com agrado, as notícias de progressão, com sucesso, das nossas forças que combatem juntamente com os nossos irmãos do Ruanda”, afirmou o chefe de Estado moçambicano.
O gabinete da Presidência da República de Moçambique avançou no domingo, em comunicado, que o contingente militar da SADC integra as forças de defesa e segurança da África do Sul, Botsuana, Angola, Lesotho e Tanzânia, nas especialidades de forças terrestres, navais, aéreas, informações, logística, entre outras.
Não é publicamente conhecido o número de militares que a organização enviou a Moçambique, mas peritos da SADC, que estiveram em Cabo Delgado, já tinham avançado em abril que a missão deve ser composta por cerca de três mil soldados.
As FDS moçambicanas contam, desde o início de Julho, com o apoio de mil militares e polícias do Ruanda para a luta contra os grupos armados, no quadro de um acordo bilateral entre o Governo moçambicano e as autoridades de Kigali.
O Ministério da Defesa confirmou no domingo a reconquista da vila de Mocímboa da Praia pelas forças conjuntas moçambicanas e ruandesas, avançando que os combates continuam para a “consolidação das zonas que prevalecem críticas”.
“As forças conjuntas de Moçambique e Ruanda controlam a vila de Mocímboa da Praia, desde as 11:00 de 08 de ago de 2021”, declarou o porta-voz do Ministério da Defesa de Moçambique, Omar Saranga, em conferência de imprensa.
Agência Lusa