O presidente moçambicano, Filipe Nyusi, destacou hoje “esforços” para a pacificação como um dos principais marcos do seu executivo, quando se assinala o terceiro ano do seu segundo mandato.
“Quando o nosso Governo começou, em 2015, havia ainda registo de ataques [no centro de Moçambique]. Tínhamos uma guerra e ninguém estava em paz”, declarou o chefe de Estado moçambicano, durante uma conferência de imprensa convocada para assinalar o terceiro ano do seu segundo mandato em Maputo.
Segundo Filipe Nyusi, no seu ciclo de governação, a paz foi sempre uma prioridade, principalmente no que diz respeito ao conflito armado com a Renamo, maior partido de oposição que mantém um braço armado, agora em desmilitarização.
“Tivemos de trabalhar e chegamos à fase em que estamos: em que os nossos irmãos da Renamo já não vivem nas montanhas”, acrescentou o chefe de Estado moçambicano.
Embora Filipe Nyusi aponte como um marco os resultados das negociações com a Renamo, o encerramento da base central do braço armado do partido na serra da Gorongosa foi, em Dezembro, adiado devido a atrasos nas pensões que deviam ser pagas aos guerrilheiros desmobilizados.
O processo de Desarmamento, Desmobilização e Reintegração (DDR) faz parte do Acordo de Paz e Reconciliação Nacional, assinado em 06 de Agosto de 2019, entre o chefe de Estado moçambicano e o então líder da Renamo, Ossufo Momade.
O entendimento, que prevê abranger 5.221 elementos da guerrilha da Renamo, foi o terceiro entre o Governo da Frelimo e a principal força da oposição, todos assinados na sequência de ciclos de violência armada entre as duas partes.
Segundo Filipe Nyusi, o terceiro ano do seu segundo mandato foi também marcado pelo terrorismo em Cabo Delgado, um desafio “novo” para Moçambique. “Foi um elemento novo, o nosso país nunca viveu o terrorismo. Estamos a conter e a gerir para garantir que o país continue estável”, declarou, lembrando que o terrorismo é um “fenómeno universal”.
A província de Cabo Delgado enfrenta há cinco anos uma insurgência armada com alguns ataques reclamados pelo grupo extremista Estado Islâmico. (Lusa)
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