O processo do caso de envenenamento de Nini Abdul Satar, no Estabelecimento de Máxima Segurança da Machava (BO), está na fase de instrução criminal, segundo garantias dadas pela Procuradora-chefe da província de Maputo.

A denuncia sobre a tentativa de assassinato de Nini Satar foi feita pelo próprio recluso e pelas autoridades do estabelecimento, de acordo com declarações de Evelina Gomane, citada pelo jornal Notícias.

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A magistrada confirmou a existência de indícios que indiquem a tentativa de homicídio e que, em conexão com o caso, dois agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM) se encontram detidos.

“Caso haja indícios fortes de que, realmente, houve esta tentativa, vamos submeter o assunto a juízo para se dar o seguimento, visando um possível julgamento”, disse.

Na semana em que despoletou este assunto na imprensa nacional foram colocados a circular nas redes sociais áudios que indicavam o plano para pôr termo a vida de Nini Satar. Os interlocutores dos áudios eram – como indicava o próprio media – um agente da PRM e dois reclusos, cujos nomes são descritos.

O agente da PRM dizia ao recluso (1) ter recebido ordens superiores para o cometimento do crime, esperando que o recluso (1) fizesse o “serviço”. Por sua vez, o recluso (1) contactou o recluso (2), que supostamente estava na mesma cela com Nini Satar, para ser o recluso (2) a fazer o “serviço” por estar próximo ao alvo. Nessa altura parece que a Inteligência da Cadeia de Máxima Segurança já sabia do projecto e acompanhava todo o processo.

Avança o Notícias, que o envolvimento de agentes da PRM neste caso já tinha sido confirmado na semana passada pela Ministra da Justiça, Assuntos Constitucionais e Religiosos, Helena Kida, numa breve locução a jornalistas.

A tentativa de assassinato do condenado no “Caso Carlos Cardoso” terá ocorrido há um mês.

Nini Satar cumpre uma pena de 24 anos de prisão.