O cidadão moçambicano, Momade Assife “Nini” Satar, está a ser vítima de calúnia e difamação por parte de um jornal sul-africano, segundo os seus advogados.
Na semana passada, o TimesLive publicou os resultados de uma investigação conjunta com a Fundação Henry Nxumalo onde arrola os nomes dos principais mandantes dos maiores crimes de raptos na África do Sul. No trabalho On the hunt: Exposing South Africa’s kidnapping kingpins (À caça: Expondo os chefes de raptos da África do Sul, em português), o nome de Nini Satar é apontado como sendo o mandande daquele tipo de crimes a partir do Estabelecimento Penitenciário de Máxima Segurança “B.O”, na Machava.
A investigação alega ter ouvido fontes como vítimas e familiares de rapto, a Procuradoria-Geral da República de Moçambique (PGR), a polícia moçambicana, a polícia sul-africana e ter acedido a documentos dos Serviços de Informação e Segurança do Estado (SISE).
O jornal moçambicano Magazine Independente ouviu os representantes legais de Momade Assife “Nini” Satar, bem com a PGR, o SISE e o Serviço Nacional de Investigação Criminal (SERNIC). De acordo com o mesmo, a fontes refutam as alegações da investigação do TimesLive e da Fundação Henry Nxumalo que são imputadas a Nini Satar.
“Não é a primeira vez que somos bombardeados com este tipo de calúnia e difamação”, disseram os advogados de Nini Satar, citados hoje pelo Magazine Independente.
Eles sugerem que a matéria investigativa tenha sido “encomendada por alguém de má-fé, com intenções obscuras”. E questionam: “Será possível um único homem ser culpado de tudo que acontece em Moçambique e na África do Sul?”
De acordo com os advogados, se se tratasse de uma matéria séria, teriam sido identificados os acusadores de Nini Satar, bem como indicado o número do processo que o incrmina.
Para eles, a coincidência da ocorrência de um rapto na noite da quinta-feira passada em Maputo e a publicação da matéria na sexta-feira seguinte clarifica a natureza forjada da investigação. “Não temos dúvidas que isto é uma encomenda dos verdadeiros mandantes que querem desviar as atenções.”
Fontes do SISE explicaram ao jornal que a secreta moçambicana está vedada a assuntos de sequestros e que somente trata de matérias sobre a segurança de Estado. “…. não demos nenhuma entrevista a esse jornal”. As fontes disseram que a investigação de crimes de raptos compete ao SERNIC e à PGR. Por outro lado, o SISE assume que aquele jornal sul-africano pode desconhecer as suas competências, dado que é uma instituição moçambicana.
Igualmente, fontes da PGR, ouvidas pelo jornal moçambicano, dizem que não falaram com o jornal sul-africano, elucidando que, na necessidade de publicar informação relativa ao assunto, o faria através de um comunicado de imprensa, “até porque não existe nenhum processo a correr contra o cidadão Nini Satar na África do Sul, que se saiba”.
A esse jornal, um procurador explicou que, na possibilidade de existir um processo contra Nini Satar na África do Sul, as autoridades moçambicanas competentes já o saberiam.
Uma outra fonte do SERNIC disse existirem várias pessoas presas no país indiciadas de crimes de raptos, em Moçambique e na África do Sul, e nenhuma delas teria associado à sua prática o cidadão Nini Satar.
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