O declarante Momad “Nini” Satar disse, esta segunda-feira (24), perante ao Tribunal de Maputo, que não tem dúvidas de os réus presentes no julgamento serem os protagonistas da tentativa do seu assassinato, em Fevereiro de 2022.
“Dos réus presentes neste julgamento, não há dúvidas de que tentaram matar-me. Existem réus confessos e réus que não querem confessar”, disse.
Além disso, avançou o facto de os mandantes do seu assassinato serem cidadãos ainda não identificados, em coordenação com agentes da Polícia da República de Moçambique (PRM).
“Eu suspeito, mas não tenho provas, por isso não posso citar os nomes. Mas existe também uma investigação que a polícia está a fazer para neutralizar este mandante. Só precisamos de algumas provas. E este mandante, os próprios dizem nos áudios e na conversa que teve, que é um paquistanês e um branco, e que o mesmo paquistanês dava trabalho a esses polícias para fazer mal à cidade. Eu não tenho dúvidas que existe um mandante. Os polícias não são mandantes”, disse.
Na qualidade de declarante, Nini reagia às revelações dos quatro réus ouvidos em julgamento segundo as quais, ele próprio planejou o seu assassinato e queria protagonismo na imprensa.
“Dizem que inventei este teatro para ser famoso. Eu sou famoso há mais de 20 anos. Não preciso de fama para atentar contra a minha própria vida, e fazer este teatro envolvendo milhões de dólares e milhões de meticais”, disse Nini.
Ele referiu que a particularidade do caso é que “os réus só haveriam de receber o dinheiro depois de consumar a minha morte”. E questionou se ele próprio pagaria alguém para o assassinar.
O declarante, que se está detido no Estabelecimento Penitenciário da Província de Maputo, na Machava, “B.O”, indagou-se pela ausência do réu Macamo para revelar o suposto teatro do seu assassinato.
“A cadeia da B.O., meritíssimo juiz, é a cadeia mais segura do país, e eu estou satisfeito por me terem colocado nessa cadeia”, disse Nini.
Nini explicou que os réus têm a intenção de denigrir a sua imagem perante o tribunal.
Deixe uma resposta