Nampula: População clama pela reabertura de uma unidade industrial encerrada há quase duas décadas

Nampula: População clama pela reabertura de uma unidade industrial encerrada há quase duas décadas

A população do distrito de Monapo, localizado na província de Nampula, norte de Moçambique, clamaram, recentemente, pela reabertura da Companhia Industrial de Monapo (CIM), encerrada há 18 anos, alegando que o seu funcionamento impulsionava o desenvolvimento local e representava uma esperança de emprego para centenas de jovens.

A antiga unidade industrial, instalada em 1955 foi conhecida, principalmente, pela produção de óleos alimentares e sabões, encerrou as portas em 2007, deixando para trás uma estrutura estagnada.

Segundo uma publicação do portal Ikweli, o líder comunitário do bairro de Namaluco, no posto administrativo de Monapo Sede, Ramadane Riqueza, apelou ao novo administrador, Emanuel Impissa, para que olhe pela companhia que era sinónimo de dinamismo económico e de oportunidades de trabalho.

“Antigamente, tínhamos a nossa companhia de Monapo-rio que se encontra fechada. Esta fábrica era o coração de Monapo. Aqui muitos pais sustentavam as suas famílias e os jovens tinham onde empregar-se. Desde que fecharam, só aumentou o sofrimento. Por isso, o nosso administrador deve arranjar mecanismos para a sua reabertura”.

Segundo Riqueza, a reabertura da companhia ajudaria a contribuir significativamente para a redução do desemprego e para a revitalização da economia do distrito, cuja maioria da população depende do sector agrícola e informal.

Outro residente citado pela mesma publicação afirmou que além da geração de postos de trabalho, a CIM representava uma importante fonte de receitas fiscais para o distrito e fomentava actividades complementares, como o transporte, comércio e serviços.

“É triste ver a companhia naquele estado de total abandono. É preciso que o governo e os empresários olhem para esta infra-estrutura. Reabrir a fábrica seria dar dignidade e esperança à nossa juventude”.

Entretanto, o administrador de Monapo, Emanuel Impissa, afirmou estar a par da situação, e que tem sua posse um dossier que retrata os problemas que levaram ao encerramento da companhia, incluindo o número de trabalhadores desempregados.

“Entendemos que a companhia faz falta, temos recebido pedidos e o clamor da população para a reabertura da mesma”.

Nos últimos meses, as autoridades governamentais têm vindo a impulsionar grandes investimentos privados para o relançamento do sector industrial, que englobam o processamento de produtos agrícolas como o caju e a banana. No entanto, até ao momento, não há informações concretas sobre iniciativas de reabilitação da antiga companhia.

Recorde-se que no distrito havia uma empresa denominada Sociedade Algodoeira de Monapo (SAMO) que na altura, era uma das maiores consumidoras da mão-de-obra local, mas que igualmente encontra-se encerrada.

 

(Foto DR)

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