Nampula: Administrador de Memba denuncia presença de insurgentes nas matas do distrito

Nampula: Administrador de Memba denuncia presença de insurgentes nas matas do distrito

O Governo distrital de Memba confirmou que as populações dos postos administrativos de Lúrio e Chipene continuam a viver em clima de pânico após os mais recentes ataques terroristas, denunciando haver indícios de presença de insurgentes nas matas que ligam o distrito ao vizinho Eráti, usadas como refúgio e rotas de fuga.

Falando à imprensa em Nampula, o administrador distrital de Memba, Manuel Cintura, confirmou que a situação permanece instável. Muitas famílias continuam a passar as noites fora das suas casas, temendo novos ataques. “A situação continua agitada. Parte da população está a regressar timidamente, mas muitos não conseguem dormir nas suas próprias casas”, lamentou.

O dirigente explicou que as matas ao longo dos rios Lúrio e Sangaji são usadas pelos insurgentes para atravessar entre Memba e Eráti. Essa realidade aumenta a vulnerabilidade das populações locais e dificulta as acções das forças de defesa.

Cintura denunciou ainda que cidadãos naturais de Memba estão envolvidos no terrorismo, alguns capturados em distritos de Cabo Delgado como Muindumbe, Palma e Quissanga. “Temos muitos cidadãos naturais de Memba integrados no terrorismo. Isso acontece porque, desde há muito, os moradores de Memba pescam em Mocímboa da Praia”, afirmou.

Segundo o administrador, quando os insurgentes são atacados em Cabo Delgado fogem para Eráti, e quando enfrentam pressão neste distrito, recuam para o território de Memba, criando instabilidade constante. “Há suspeitas de que estejam escondidos nas nossas matas”, revelou.

Dados oficiais citados pelo Jornal Rigor, cerca de 50 casas foram destruídas, além de infra-estruturas públicas como uma escola primária e uma igreja, que ficaram totalmente incendiadas. A violência forçou dezenas de famílias a abandonar as suas residências por falta de segurança.

Apesar do cenário de insegurança, decorrem acções de apoio às famílias deslocadas e campanhas de sensibilização para encorajar o regresso gradual às residências. As autoridades garantem que a prioridade é restaurar a segurança e devolver tranquilidade às comunidades afectadas.

Receba a nossa Newsletter

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.