Mulheres vivendo com HIV-Sida sensibilizadas em matérias de violência baseada no género

Mulheres vivendo com HIV-Sida sensibilizadas em matérias de violência baseada no género

Mais de 150 pessoas, com destaque para mulheres e crianças vivendo com HIV-Sida, foram sensibilizadas em matérias de violência baseada no género. A iniciativa que decorreu na última terça-feira, em Maputo, e promovida pela Associação Hixinkanwe, enquadra-se na celebração dos 16 dias de Activismo contra a Violência Baseada no Género.

Eliesa Tembe é uma das mulheres que participou da “roda terapêutica” e contou a sua história dramática como viúva e mãe de dois filhos vivendo com HIV. “Graças a Deus cheguei nesta casa. Encontrei a mamã Judite, que me apoiou e me deu aquele abraço que eu queria ter da minha própria família”, conta, lamentando pelo facto de “quando eu tinha o meu esposo toda a família era unida comigo, mas quando o perdi todos se afastaram de mim”.

Na ocasião, a presidente e fundadora da Associação Hixinkanwe, Judite de Jesus explicou que a agremiação destaca-se por suas actividades voltadas à acessibilidade ao tratamento e retenção de vítimas, oferecendo um espaço de acolhimento e suporte a quem mais precisa. Segundo Judite de Jesus, para além do apoio psicológico e social, a associação empenha-se em garantir que essas mulheres permaneçam no tratamento, contribuindo positivamente para a recuperação e empoderamento delas.

“A maioria dos nossos beneficiários são mulheres sobreviventes de violência, cujo oferecemos apoio social e serviços integrados que abrangem a família inteira”, afirmou a líder, através de cestas básicas e uma “panela solidária”, onde mulheres se unem para ajudar umas às outras.

A fonte acrescentou, igualmente, que os esforços da associação resultaram em conquistas como a redução de mortes entre as beneficiárias, o controle de suicídios e o sofrimento de crianças órfãs, além do empoderamento das mulheres que agora apresentam uma carga viral indetectável. “A maioria já não depende da associação e muitas iniciaram seus próprios negócios, tornando-se parceiras na missão de ajudar as outras”, destacou a responsável.

A agremiação atende mais de quatro mil pessoas na cidade de Maputo e em províncias como Gaza e Inhambane, através de núcleos de representação, onde através de “rodas terapêuticas” e “grupos de auto-ajuda”, as mulheres podem compartilhar as suas experiências, ouvir e aprender umas com as outras.

 

(Foto DR)

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