O Banco Mundial alerta para o risco de agravamento da situação da pobreza em Moçambique, nas próximas três décadas, devido aos efeitos das mudanças climáticas.
De acordo com um Relatório sobre Clima e Desenvolvimento, divulgado na passada sexta-feira, os “impactos das mudanças climáticas poderão levar até 1,6 milhões de pessoas adicionais à pobreza até 2050, agravando ainda mais os factores de fragilidade na maior parte do país”.
O documento do Banco Mundial, citado pela Revista Terra, avalia como as mudanças climáticas e a descarbonização global poderão impactar os moçambicanos e o desenvolvimento do país nas próximas décadas, e aponta quatro caminhos para mitigar os possíveis impactos, tendo como enfoques, a adaptação, resiliência e o crescimento de baixo-carbono.
A adopção de medidas em toda a economia para aumentar a capacidade de adaptação do país; priorização do desenvolvimento e manutenção de infraestruturas críticas; protecção dos mais vulneráveis enquanto se promove o crescimento verde, resiliente e inclusivo; e capitalização da riqueza energética e mineral de Moçambique são as sugestões que o relatório coloca ao país.
“É necessário que Moçambique incorpore plenamente as mudanças climáticas na sua estratégia nacional de desenvolvimento, para que o país se torne mais resiliente e capaz de se adaptar aos desafios e oportunidades colocados pelas mudanças climáticas”, salientou Idah Pswarayi-Riddihough, Directora do Banco Mundial para Moçambique, Madagáscar, Ilhas Maurícias, Comores e Seicheles.
No geral, o relatório destaca o facto da contribuição de Moçambique para as emissões globais de gases com efeito de estufa ser mínima (0,21%), o que contrasta com os impactos que tem sofrido, que o colocam como um dos mais vulneráveis do mundo às mudanças climáticas.
Por outro lado, o relatório estima que o nível de investimento necessário até 2030 para alcançar a resiliência climática do capital humano, físico e natural do país ascende aos 37,2 mil milhões de dólares.
“O custo da inacção será provavelmente mais elevado. Porém, as receitas esperadas com as vendas de Gás Natural Liquefeito aumentarão a sustentabilidade da dívida do país e poderão gerar espaço orçamental significativo para apoiar investimentos em adaptação e infraestruturas resilientes às alterações climáticas, embora estas receitas sejam esperadas apenas após 2030. Entretanto, os investimentos em resiliência e adaptação devem centrar-se nas necessidades mais urgentes” alertou a dirigente.
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