A Polícia da República de Moçambique (PRM) nega que quatro pessoas tenham sido mortas por agentes da corporação em Chiúre, Cabo Delgado, tal como acusou Samora Machel Júnior, membro do Comité Central do partido Frelimo e filho do primeiro Presidente de Moçambique.
Numa carta publicada na quinta-feira, o político Samora Machel Júnior, assumiu “total desacordo” e “desdém” face aos “actos anti-patrióticos” envolvendo o partido nas eleições autárquicas de 11 de Outubro, destacando que, em Chiúre, “por conta de diferendos eleitorais”, quatro cidadãos “foram mortos pelas balas disparadas pela PRM”.
Por considerar “infundadas” as acusações do “Samito Jr”, a PRM diz que legalmente exigir a prova, pois, admite que um jovem teria sido morto por agentes acidentalmente.
Segundo o jornal “O País”, as palavras do filho do primeiro Presidente de Moçambique, não caíram bem para a PRM, explicando esta, que “não só nega as acusações segundo as quais é responsável pela morte de quatro pessoas em Chiúre, na província de Cabo Delgado, como também vai accionar mecanismos legais contra este membro da Frelimo, partido no poder.
“A PRM lamenta, desmente e condena veementemente a posta a circular nas redes sociais e posteriormente difundida por alguns órgãos de comunicação social, dando conta que a polícia teria alvejado mortalmente quatro indivíduos no distrito de Chiúre, na província de Cabo Delgado”, avançou Orlando Mudumane, porta-voz do Comando-Geral.
Entretanto, a corporação diz que “reconhece e lamenta profundamente a morte de um indivíduo de 19 anos de idade no dia 12 de Outubro, alvejado acidentalmente quando a Polícia da República de Moçambique viu-se na contingência de actuar para pôr termo a um grave motim protagonizado por membros e simpatizantes de partidos políticos”.
“A polícia vai legalmente exigir a prova das acusações de Samora Machel Júnior, que circularam em carta escrita pelo filho do primeiro Presidente de Moçambique”, frisou o porta-voz.
Acusações de Samora Machel Júnior a parte, a Polícia fala de incidências durante as marchas de manifestação sobre os resultados eleitorais preliminares.
Na sua carta, Samito Jr, na qualidade de membro do partido Frelimo, “na sua direcção máxima”, e assumindo “sentimento de profunda identificação com os ideias e história do partido”, expressou, “total desacordo e desdém aos actos anti-patrióticos, profundamente anti-democráticos que, embora sejam praticados em suposta defesa dos interesses do partido Frelimo, no ranger e arrepio da verdade, descredibiliza a marca Frelimo perante o povo que por ele juramos lutar, libertar e defender”.
“São actos que corroem o processo democrático, põem em risco a unidade nacional e comprometem a paz que se deseja para o povo moçambicano, independentemente das opções partidárias”, acrescentou.
O político reconheceu também como “lamentável que, em momentos cruciais” como as eleições, “interesses pessoais e de grupo se sobreponham ao desiderato colectivo, pondo em causa o nome do partido Frelimo e da nação”.
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