Monkeypox: África CDC em negociações “muito avançadas” para obter vacinas

O diretor interino da agência de saúde pública dependente da União Africana (UA), Ahmed Ogwell, disse que não poderia dar detalhes sobre as negociações, mas adiantou que os parceiros são “instituições, em grande parte, multilaterais e governos não africanos”.

Não há discussões com o sector privado porque todas as doses disponíveis já foram compradas pelos países, sublinhou.

Ahmed Ogwell sublinhou, porém, que já há um ensaio clínico para uma vacina, Jynneos, em andamento na República Democrática do Congo (RDCongo), que está sob autorização de uso emergencial.

A vacina, de duas doses, é considerada até agora a principal arma médica contra a doença, mas a sua disponibilidade é limitada. O África CDC não respondeu imediatamente a uma pergunta sobre os detalhes deste ensaio.

Até agora foram relatadas mais mortes pelo vírus monkeypox, vulgarmente designada como varíola dos macacos, no continente africano este ano do que em qualquer outro lugar do mundo.

Desde maio, quase 90 países registaram mais de 31.000 casos. Mas pelo menos 2.947 casos de varíola foram registados em 11 países africanos no ano em curso, incluindo 104 mortes, embora a maioria dos casos sejam suspeitos, porque o continente africano também carece de recursos de diagnóstico suficientes para testes completos, disse o diretor do África CDC.

A falta de doses de vacinas e a escassez de meios de diagnóstico são os desafios que os 54 países da África enfrentaram durante meses em relação à Covid-19, enquanto os países mais ricos de outros continentes corriam para garantir suprimentos.

O diretor do África CCD falava num momento em que o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, está na etapa final de uma visita a três países africanos, onde articulou uma nova estratégia de Washington para se envolver com as nações da África subsaariana como “parceiros iguais”.

No início desta semana, Blinken esteve na RDCongo, que tem muitos dos 136 novos casos de monkeypox relatados em toda o continente, na semana passada.

A Organização Mundial da Saúde (OMS)classificou o surto crescente da outrora rara doença da varíola dos macacos como uma emergência internacional em Julho e os EUA declararam emergência nacional na semana passada.

Fora de África, 98% dos casos ocorrem em homens que têm relações sexuais com pessoas do mesmo sexo. (Lusa)

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