Uma nova área de conservação marinha está em vias de ser criada nos distritos de Memba e Mossuril, na província de Nampula, norte do país, esperando-se que a iniciativa se materialize em 2027.
A proposta é fruto do projecto “Construindo um Futuro Azul para Ecossistemas e Pessoas na Costa Leste Africana”, uma iniciativa de diversas intuições que velam pela conservação da biodiversidade.
Falando na-feira, no segundo dia da conferência de Biodiversidade Marinha que decorre até 02 de Agosto, em Maputo, o director do Programa Marinho da Wildlife Conservation Society em Moçambique (WCS), Hugo Costa, disse, citado pela AIM, haver um trabalho com o governo para materializar este objectivo.
“A WCS tem estado a trabalhar com o governo de Moçambique. Primeiro, desenvolvemos com o Instituto Oceanográfico de Moçambique um exercício técnico para estabelecer os cenários para expansão da rede de áreas de conservação marinha, aliadas com as metas nacionais e internacionais a que Moçambique se comprometeu”, afirmou e acrescentou que “neste momento, estamos a apoiar o governo no desenvolvimento da estratégia e plano de acção para concretizar este cenário”.
O espaço em alusão foi identificado para expandir as redes de áreas de conservação marinha, principalmente por ser rica em corais, sobretudo por albergar uma das mais importantes áreas de recifes de corais do oceano Índico ocidental.
São recifes com maior resiliência, ou seja, mais adaptados ao fenómeno das alterações climáticas de que o país é refém, bem como é uma zona extremamente importante para ervas marinhas e mangais que garantem segurança costeira.
“No total, são cerca de 200 quilómetros de linha de costa que tem potencial para categorizar entre mil a sete mil quilómetros quadrados de área de conservação, de uso sustentável que permite que as comunidades continuem a pescar através de implementação de áreas e de pesca comunitárias”, referiu.
Explicou tratar-se de um projecto de cinco anos (de 2022 a 2027), que se encontra na segunda fase de sua implementação.
“Terminamos o primeiro ano com o levantamento dos estudos de base, do ponto de vista ecológico e socioeconómico. Estamos a entrar na segunda fase que é tratar toda esta informação e começar o processo de interacção com as comunidades locais, com as autoridades locais distritais, provinciais e nacionais”, revelou.
Segundo o calendário está previsto que, em meados de 2025 e 2026, esteja em preparação da proposta de criação das áreas da conservação já com toda esta informação. #Esperamos que no final do projecto, em Maio de 2027, esta área esteja a ser criada”, vincou.
O projecto conta com o apoio do Instituto de Oceanografia de Moçambique (InOM), a Fundação para a Conservação da Biodiversidade (BIOFUND), a Ajuda de Desenvolvimento de Povo para Povo ADPP, o ProAzul, o Departamento de Ciências Biológicas da Universidade Eduardo Mondlane (DCB-UEM) e a Associação do Meio Ambiente (AMA), e foi lançado em Agosto de 2022, em Maputo.
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