O Ministro dos Recursos Minerais e Energias, Carlos Zacarias, disse recentemente que pode estar pra breve a resolução do défice energético na África do Sul, estando, neste momento, os dois países a acelerar o diálogo para o fornecimento de energia através da matriz moçambicana.
“Existe interesse no alinhamento entre os Governos de Moçambique e da África do Sul para que possamos, de forma célere, implementar projectos que levem à produção de mais energia eléctrica”, disse o Ministro, na semana passada, em Inhambane.
A título de exemplo, o responsável indicou o projecto de construção da barragem de Mphanda Nkuwa que vai servir para alimentar as necessidades energéticas dos dois países.
Mphanda Nkuwa é um projecto que se espera venha fornecer 1500 Megawatts de energia eléctrica, e está avaliado em 4.5 mil milhões de dólares.
Em Inhambane o Ministro fazia uma visita de monitoria dos projectos de exploração de gás e petróleo na província e apontou outros projectos que vão suprir as necessidades energéticas da África do sul, nomeadamente, a Central Térmica de ciclo combinado com recurso a gás, a construção de uma fábrica de gás de cozinha, bem como a linha de transporte de energia entre Temane e Maputo.
O projecto da Central Térmica de Temane surge na sequência de um Contrato de Partilha de Produção (PSA) que envolve o Governo, a Empresa Nacional de Hidrocarbonetos (ENH) e a multinacional sul-africana SASOL, orçado em cerca de 760 milhões de dólares norte-americanos e preconiza a produção de 4000 barris de petróleo leve por dia, 23 milhões de gigajoules de Gás Natural, por ano, para a geração de energia, bem como a produção de 30 mil toneladas de Gás de Petróleo Liquefeito (GPL), vulgarmente conhecido como gás de cozinha.
O Gás Natural para viabilizar o Projecto da Central Térmica de Temane (CTT) será fornecido pela ENH e a SASOL, na qualidade de co-vendedoras do produto, no âmbito de um contrato firmado com a Electricidade de Moçambique (EDM), em Maio de 2021.
Este plano vai garantir a geração de 450 Megawatts de energia eléctrica e resulta de uma parceria público-privada formada e liderada pela Globeleq, EDM e SASOL, com uma concessão válida por 25 anos, devendo, no final do Contrato, transferir-se o activo para o Estado Moçambicano.
Com um investimento de 652,3 milhões de dólares norte-americanos, a CTT produzirá energia eléctrica, num modelo de geração em ciclo combinado à base do Gás Natural, que será fornecida à EDM para a distribuição no mercado nacional e o excedente será exportado para a região.
Deixe uma resposta