Moçambique prepara envio de primeira carga de gás numa altura em que os preços atingem níveis recordes

Moçambique prepara envio de primeira carga de gás numa altura em que os preços atingem níveis recordes

Moçambique está preparado para enviar a sua primeira carga de gás natural liquefeito para o estrangeiro, juntando-se às fileiras dos exportadores mundiais enquanto uma crise energética global faz disparar os preços dos combustíveis para níveis recorde.

O petroleiro LNG British Mentor, operado pela BP, deverá chegar no dia 24 de Agosto a um novo terminal flutuante que a Eni está a completar ao largo da costa norte de Moçambique, segundo os dados de localização de navios compilados pelo programa Bloomberg e citados por vários portais de notícias.

Sem dar muitos detalhes, a Eni, refere o site da agência de notícias, fez saber que está já a planear uma segunda plataforma flutuante de exportação em território moçambicano, que poderá entrar em funcionamento em menos de quatro anos.

Assim Moçambique vai começar a exportar gás natural na melhor altura: os preços deste hidrocarboneto estão em máximos históricos (e deverão continuar a subir) com a enorme procura dos países europeus e asiáticos, privados do abundante gás russo depois da invasão da Ucrânia por Moscovo.

Procurando acabar com a sua dependência do gás russo, os compradores europeus estão a pagar um pesado prémio, uma vez que competem com a Ásia para assegurar cargas de GNL antes do Inverno.

Após quase um mês de mar, o petroleiro LNG British Mentor partiu para o FLNG (floating liquefied natural gás, uma instalação flutuante de gás natural liquefeito) do Cabo-Sul em Moçambique, onde se espera que carregue a primeira carga de exportação da plataforma de produção offshore.

O projecto Coral-Sul da Eni, no valor de 7 mil milhões de dólares, tinha como alvo as primeiras exportações até Outubro. Apesar da pandemia e da insurreição ligada ao Estado Islâmico em Moçambique, que descarrilou uma instalação de exportação TotalEnergies no valor de 20 mil milhões de dólares, a BP assinou, em 2016, um acordo para comprar toda a produção durante 20 anos à Coral-Sul, que foi concebida para produzir 3,4 milhões de toneladas métricas de GNL.

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