Um relatório do Banco Africano de Desenvolvimento (BAD) revela que Moçambique deve avançar com uma mobilização do sector privado, em larga escala, por forma a atingir as suas ambições de acção climática e “crescimento verde”.
Num relatório intitulado “Mobilizando Financiamento do Sector Privado para o Clima e Crescimento Verde”, lançado na quinta-feira, citado pela Revista Terra, a instituição reconhece que Moçambique tem demonstrado um forte cometimento político com o crescimento da economia verde e fez grandes progressos na priorização de acções climáticas, contudo, realça as limitações de financiamento como um dos grandes desafios.
“Apesar do forte cometimento com o “crescimento verde” o financiamento a esses esforços têm sido desafiante” escreve o relatório, apontando “as limitações no acesso a crédito internacional a taxas competitivas” como um dos factores.
Segundo contas daquela entidade, o país necessita de valor equivalente a pouco mais de 19% do seu PIB (Produto Interno Bruto) para programas de adaptação aos efeitos pós-cheias e seca.
Face ao défice de financiamento, o relatório indica que “para que o país atinja as suas ambições climáticas é necessário que haja uma mobilização e larga escala do financiamento do sector privado”.
Num contesto em que a grande maioria do financiamento do sector privado ao país vai para a indústria extractiva, o banco defende uma mudança de paradigma.
“Embora tenham sido observados investimentos do sector privado em Moçambique, o seu foco está predominantemente em sectores que não apoiam directamente o crescimento verde, como é o caso das indústrias extractivas. Portanto, há uma necessidade premente de redireccionar e expandir o investimento do sector privado para responder à crescente procura de iniciativas sustentáveis e contribuir para os objectivos de crescimento verde” sugere o relatório.
Por outro lado, aquela instituição financeira volta a destacar a necessidade de uma diversificação da economia, promovendo ligações, por exemplo, entre a indústria do gás natural com os sectores da agricultura e pescas.
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