O Governo moçambicano, através do primeiro-ministro, Adriano Maleiane, apelou ontem, segunda-feira (29), em Maputo, para o aumento da produção de vacinas contra a cólera, alertando para a subida sem precedentes dos casos da doença no mundo e que já matou no país, 38 pessoas desde Outubro do ano passado.
Falando na abertura da primeira Conferência Sobre Transdisciplinaridade para a Eliminação da Cólera, Adriano Maleiane, referiu que a experiência moçambicana demonstra que as campanhas de vacinação, combinadas com outras medidas sociais, têm um impacto positivo na prevenção e controlo desta epidemia.
“Tomamos esta ocasião para encorajar e sensibilizar os parceiros de cooperação e demais intervenientes a garantirem o aumento da produção e disponibilização de vacinas contra esta doença”, enfatizou Adriano Maleiane.
Segundo o governante, a mobilização de vacinas orais contra a cólera permitiu que fossem vacinadas cerca de 5,2 milhões de pessoas nos distritos mais afectados pela cólera, desde 2021 até ao presente.
Entretanto, apesar desse avanço, prosseguiu o governante, “38 pessoas morreram no país, devido à doença, entre Outubro de 2023 e Julho corrente, de um total de 16 mil casos de cólera, o que corresponde a uma taxa de mortalidade de 0,2%”.
Citado pela Rádio Moçambique, Maleiane avançou que, além da vacinação, o país tem centrado a actuação na vigilância em tempo real, a nível interno e nas fronteiras, incremento da capacidade de testagem laboratorial, com o estabelecimento de uma rede de laboratórios provinciais de saúde pública, e gestão diferenciada dos casos de cólera, combinando centros de tratamento hospitalares e estações de reidratação comunitárias.
Neste sentido, a estratégia, de acordo com o primeiro-ministro, foca-se igualmente no reforço do envolvimento das comunidades, com maior intervenção de líderes comunitários e religiosos, bem como de outros atores sociais, em acções de sensibilização e educação da população, sobre as formas de prevenção da cólera.
Por sua vez, o representante adjunto do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), Yannick Brand, alertou, na ocasião, que desde 2022, o mundo está a registar um aumento preocupante da cólera e de doenças de origem hídrica, em grande parte alimentado pelas alterações climáticas.
O representante adjunto do Unicef assinalou que as alterações climáticas estão a acelerar os riscos de cólera e a deterioração do nível de saúde, bem-estar e sobrevivência das crianças e das comunidades vulneráveis.
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