O Fundo Monetário Internacional (FMI) estima que a dívida de Moçambique com credores internacionais chegue a 133,6% do Produto Interno Bruto (PIB) este ano, e, com isso, torna-se no país com o terceiro maior rácio dívida-PIB mais elevado da África Subsaariana.
Segundo fontes que avançam a informação citando a Bloomberg, Moçambique prescindiu da restruturação da sua única Euro-obrigação de 900 milhões de dólares, apesar dos atrasos para o início de exploração de gás natural liquefeito.
A uma pergunta da Bloomberg, o Ministério da Economia e Finanças garantiu que “os pressupostos macro-fiscais que sustentaram a renegociação das euro-obrigações com o comité de credores permanecem inalterados”.
“Não há razões para antecipar o cenário” de ter de reestruturar os títulos em dólares, que já passaram por duas reformulações desde 2016”, concluiu.
Devido à violência armada na província de Cabo Delgado, em Abril, a TotalEnergies suspendeu as obras do projecto de 20 mil milhões de dólares, o maior investimento privado da África até o momento.
Em Março de 2024 os cupons da Euro-obrigação vão subir dos actuais 5% para 9%, na linha de uma reestruturação de a Total iniciar a produção de gás natural nesse mesmo ano.
Ainda assim, a dívida moçambicana continua a crescer. O Governo projecta o déficit orçamental em 13,5% do PIB no próximo ano, um aumento de 4,4 pontos percentuais em relação à meta deste ano. Embora a maior fonte de financiamento venha de subvenções, o Governo também prevê solicitar 183 milhões de dólares no mercado externo e 53,1 milhões de meticais a credores nacionais, de acordo com o Ministério.
Relativamente a se o país pondera requisitar empréstimo ao FMI, o ministério das Finanças não respondeu, avançam as fontes.