Num futuro próximo, ao menos dois terço dos que entram no mercado de trabalho pela primeira vez serão absorvidos pelos sectores agrícola e alimentar, prevê o Banco Mundial (BM) em sua nova publicação.
O BM analisou estudos de casos entre 2018 e 2020 nas cadeias de valor de caju, mandioca e florestas plantadas. O estudo intitulado “Mais e Melhores Empregos desde Plantações e Árvores em Moçambique visa propor estratégias para criar empregos de qualidade no sector agrícola do país.
Como sugestões de politicas que devem ser seguidas, o BM afirma que é crucial aumentar a produtividade agrícola em Moçambique para diminuir o custo de produção e proteger a renda dos agricultores frente a desastres climáticos.
A instituição encoraja uma melhoria na coordenação de todas as cadeias de valor. Para o consultor Christopher Delgado, é preciso engajar proactivamente todos os parceiros ao longo das cadeias de valor para “responder a questões que afetam o comércio de produtos agrícolas em Moçambique”.
Por fim, o Banco aconselha que o sector público de Moçambique redirecione seu apoio e financiamento em pesquisas que melhorarão a produtividade agrícola do país a longo prazo.
Em estudos anteriores, a instituição demonstrou que apesar do investimento público no sector agrícola em Moçambique ser relativamente alto, menos de 1% é gasto com pesquisa e inovação, fundamentais para aumentar a produção agrícola e melhorar a resiliência diante crises climáticas.
O BM adverte que há um preço alto a se pagar caso nada seja feito. A economista Frederica Ricaldi citada pelo ONU News aponta que deixar de investir na melhoria da efetividade da produção agrícola em Moçambique pode significar que “a maior parte da população, que ainda vive em áreas rurais, estará sujeita a meios de subsistência baixos e incertos”.