A morte do rapper Azagaia comoveu o mundo e de forma particular os moçambicanos. As reacções através das diversas plataformas sociais vieram de todos os cantos do mundo.
Em Maputo, está marcada para o próximo dia 18 do mês corrente uma marcha que visa homenagear o rapper Azagaia, considerado como um dos melhores rappers da música de intervenção social ao nível da lusofonia. O mesmo cenário ocorrerá um pouco por todas as províncias do país.
Os moçambicanos vão marchar em homenagem a Azagaia, da estátua de Eduardo Mondlane no centro da cidade até à Praça da Independência, de forma “pacífica” e “dentro daquilo que a Constituição permite”, referiu Quitéria Guirrengane, uma das ativistas que esteve na organização da vigília de ontem.
O objectivo é marchar até à Praça da Independência, porque “independência é liberdade” e, referiu, querem “libertar este povo”.
“É esta a mensagem que vamos passar, do povo que vai tomar o poder”, acrescentou, em alusão a um dos temas mais conhecidos por entre as letras de intervenção de Azagaia.
“Povo no poder, é isso que é a democracia”, referiu Manuel de Araújo, presidente do município de Quelimane. Araújo qualificou Azagaia como o seu “herói”, “o protótipo do jovem” que “gostaria de ter sido,” referiu também citado pela Lusa.
Na noite de ontem cerca de 400 pessoas, maioritariamente jovens, juntaram-se em Maputo numa vigília pelo ‘rapper’ e activista Azagaia.
Azagaia, nome artístico de Edson da Luz, morreu na quinta-feira, aos 38 anos, em sua casa.
Ficou célebre pela crítica aberta à governação de Moçambique e por dar voz às críticas da população num país onde o grosso da população vive na pobreza extrema.
Foi um herói da nossa “geração”, referiu Quitéria Guirrengane, uma das animadoras que proferiu palavras de ordem durante a vigília, organizada por jovens, sem representar organizações.
“O povo no poder” foi um dos refrões mais vezes entoado no pavilhão de Maputo que acolheu a vigília, pontuado por velas acesas em memória do autor das letras mais críticas do poder em Moçambique.
Azagaia nos convocou a ‘sequestrar’ o Presidente [outro tema do ‘rapper’] no sentido de assegurar que aqueles que estão no poder político representam as aspirações de toda uma “geração”, ilustrou ainda a Quitéria à Lusa.
Para a activista, o ‘rapper’ ensinou Moçambique “a questionar a mentira da verdade” — em referencia ao título de outro dos seus famosos temas — e cabe aos jovens “salvaguardar que ele vive nos seus corações”.
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