Cidadãos moçambicanos acusam a embaixada da Turquia em Maputo, capital de Moçambique, da prática de actos racistas. Uma publicação do jornal Evidências, revela que os actos são evidentes para quem faz pedidos de emissão de visto na embaixada. Os cidadãos moçambicanos sofrem vilipêndios verbais e os de pele negra são até chamados de macacos.
O jornal aponta para o caso de racismo perpetrado por um cidadão identificado como Onur Tanay, o responsável pela emissão de vistos. Ele é apontado como o responsável por escolher a dedo quem pode ou não obter visto para a Turquia.
O embaixador da Turquia em Moçambique diz que na embaixada não ocorrem actos de racismo. Mas como refere o semanário, Hüseyin Avni Aksoy parece ter ignorado queixas dos utentes, uma vez que se tem mantido em silêncio aos relatos de racismo enviados ao seu gabinete.
“Infelizmente, estamos a ser humilhados na nossa própria terra”, disse uma fonte citada pelo jornal, depois de esperar cerca de 180 dias para ter o visto recusado.
O Evidências nota que antes da pandemia da covid-19 os resultados ou decisões de pedidos de vistos eram comunicadas ou apresentadas em 15 dias, mas depois das restrições passaram para seis meses. A mudanças abriram espaço para práticas racistas.
As queixas de racismo já chegaram ao Ministério de Negócios Estrangeiro em cartas subscritas pelas vítimas, mas até então se desconhecem acções contra a representação consular.
“O senhor Onur Tanay trata os negros com desprezo. Ele grita e humilha pessoas. Pretendia seguir viagem para Turquia para dar seguimento aos estudos quando solicitei o visto. Durante a entrevista percebi que ele é racista. Inicialmente, decidi não lhe confrontar porque queria muito aquele visto, mas me irritei quando me chamou de macaco. Lhe confrontei e quase entrávamos em vias de facto, e tal não aconteceu devido a pronta intervenção dos seguranças. O nosso Governo não pode ficar impávido perante estas situações. Escrevi uma carta ao Ministério dos Negócios Estrangeiros relatando o que está a acontecer na Embaixada da Turquia em Moçambique, mas, debalde, até hoje nada aconteceu”, contou outro cidadão que pretendia continuar os estudos naquele país.
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