Ministros das finanças de mais de 40 países africanos trabalham na mobilização de mais de 30 mil milhões de dólares anuais para a água e saneamento.
De acordo com uma nota enviado a nossa redação, estas reformas devem estar igualmente relacionadas com financiamento e vontade política, ouviram os participantes.
Para cumprir as metas dos Objectivos de Desenvolvimento Sustentável da ONU sobre da água e saneamento em África, o financiamento tem de ser pelo menos três vezes superior ao atual.
No entanto, este valor é muito inferior aos 170 mil milhões de dólares – quase 5% do PIB – que a África Subsariana perde todos os anos devido a recursos hídricos inadequados, água contaminada, e falta de saneamento.
De acordo com o documento, até meados deste século, o custo económico dos impactos climáticos relacionados com a água nos países africanos poderá atingir 50 mil milhões de dólares por ano. Por outro lado, cada dólar investido em infraestruturas de água e saneamento resistentes às mudanças climáticas em África produz um retorno de pelo menos 7 dólares.
Em um encontro virtual, na Genebra, os ministros das finanças debateram várias abordagens específicas que podem colmatar o défice actual de investimento na água e saneamento:
Aumentar os orçamentos nacionais para água e saneamento para 5% e 0,5%, respetivamente.
Estabelecer parcerias com bancos de desenvolvimento para garantir financiamento a longo prazo do acesso universal à água e saneamento.
Garantir a disponibilidade de financiamento suficiente para o acesso universal ao saneamento gerido com segurança – um indicador de desenvolvimento fundamental que reduz significativamente os gastos da saúde pública.
Investir em infraestruturas de água e saneamento resistentes ao clima, aproveitando o financiamento climático.
Reduzir a dívida e garantir que as nações africanas podem aceder a uma parte justa dos Direitos Especiais de Saque.
Os organizadores do evento encorajaram os participantes a mobilizar vontade política nos seus paises e a encarar o investimento na água e saneamento como um meio para alcançar o crescimento económico, melhorar a saúde pública, e reduzir as desigualdades.
Catarina de Albuquerque, CEO da SWA: “A reunião serve para relembrar que os desafios no sector da água e do saneamento têm tanto a ver com financiamento como com prioridade política. É igualmente vital que os governos dêem prioridade à água e saneamento nos seus orçamentos e nas suas agendas políticas. Estou feliz por ver tantos ministros das finanças a comprometerem-se a liderar este processo.”
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