O Ministro dos Transportes e Comunicações, Janfar Abdulai, e a vice-Ministra do pelouro, Manuela Rebelo, não sabem, realmente, porquê os 80 autocarros movidos a gás ainda estão inoperacionais, há quase três meses desde a sua chegada a Moçambique, a 24 de Fevereiro.

Como reportou o canal televisivo, STV, no sábado, 16 de Março, as duas entidades divergem sobre as verdadeiras razões de os 80 autocarros para o transporte público de passageiros na Zona Metropolitana do Grande Maputo estarem parqueados. Enquanto Abdulai diz que os autocarros estão estacionados porque ainda decorrem processos burocráticos, a sua vice-ministra aponta a espera de um concurso público.

“Nós encomendamos aqueles autocarros e era necessário que os seus fabricantes viessem instruir os operadores, mas também há questões administrativas que têm a sua burocracia e leva seu tempo”, disse o Ministro Abdulai.

“Pessoalmente não vejo como é que eu chego a uma pessoa que está na batalha de ter um carro para ir ao trabalho e digo: ‘espera porque ainda estou a estudar’. Não! Não faz sentido”, disse Manuela Rebelo, ao que parecia ser uma incompreensão relativa aos supostos processos burocráticos.

“Estamos constantemente a distribuir autocarros e no dia seguinte estamos com problemas de como transportar as pessoas, e está-se a tentar perceber qual é melhor saída. Julgamos nós que a melhor saída é fazer um concurso e quem ganha fica com um lote de viaturas para fazer uma determinada rota. Provavelmente, isso nos ajudara bastante e é um processo que está de facto a correr e mais dias menos dias nós vamos fazer. Já temos o processo de matrículas completamente terminado incluindo as matrículas”, disse a vice-Ministra.

Há algumas semanas, o portal “O Pais” questionou as promessas incumpridas da Agência Metropolitana de Transportes de Maputo (AMT) sobre o início das operações dos 80 autocarros.  “Já para a semana”…. O tempo passou. “No dia 02 [de Abril]”… o tempo foi de novo passageiro… “Pensamos fazer esta semana” e esta promessa foi idêntica às outras. E agora?

A vice-ministra tem uma outra ideia na manga: “os carros terão de ir à rua o mais rápido possível, nem que tenhamos de entregar aos municípios, que são o nosso primeiro parceiro”

Pela verdade ou sua ausência, o facto é que os beneficiários continuam a ficar longos períodos à espera de autocarros e os que conseguem alguns centímetros dentro deles viajam empilhados por várias horas até seus destinos.