O governo, através do ministro da Saúde pediu ontem que os médicos interrompam a greve de 21 dias que arrancou na segunda-feira, referindo que se deve dar “primazia à vida e à saúde da população”.
“Nós estamos aqui a apelar à associação médica para que considere a possibilidade de interromper a greve”, disse Armindo Tiago, durante uma conferência de imprensa no Ministério da Saúde (MISAU), em Maputo.
A Associação Médica de Moçambique (AMM) está hoje, quinta-feira, no quarto dia da greve em protesto contra cortes salariais e falta de pagamento de horas extraordinárias.
Citado pela Lusa, Armindo Tiago reiterou o interesse do sector da saúde em manter o diálogo com os profissionais, referindo que os médicos e o Governo têm a mesma missão: “Garantir melhores cuidados de saúde à população”.
“Independentemente dos diferendos que possamos ter no sector da saúde, a primazia deve ser dada à vida e à saúde e qualquer outro elemento deve ser secundário”, frisou a fonte, explicando que, sobre a mudança das equipas negociais no diálogo, uma das queixas dos médicos, foi em função das circunstâncias, mas o importante é a manutenção dos técnicos e da “memória institucional”.
Entretanto, o ministro avançou que alguns dos pontos das reivindicações dos médicos, relacionados com o salário, enquadramento na nova tabela salarial da função pública e horas extras estão a ser resolvidos desde Junho.
“Há um total de 44 médicos que tiveram reduções de salários na sequência da implementação da nova tabela salarial, dos quais 16 já têm a situação salarial regularizada desde Junho e os restantes 28 profissionais serão pagos neste mês”, sublinhou Armindo Tiago.
Esta é a segunda greve dos médicos em menos de um ano, após a suspensão de uma outra convocada em Dezembro, com a ausência de resultados nos entendimentos com o Governo nas negociações realizadas no final do ano passado, segundo a classe médica.
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