Abdulrazak Gurnah, romancista tanzaniano é o grande vencedor do Prémio Nobel da Literatura 2021. O anúncio foi feito na tarde desta quinta-feira, numa conferência de imprensa transmitida on-line.
O autor nascido na ilha de Zanzibar foi assim distinguido, este ano, com o prémio literário pela sua “penetração inflexível e compassiva aos efeitos do colonialismo e do destino dos refugiados no abismo entre culturas e continentes”, pode ler-se no anúncio, citado pelo notícias ao minuto.
Abdulrazak Gurnah nasceu em 1948 e chegou a Inglaterra como refugiado no final dos anos 60. Apesar de a sua primeira língua ter sido suaíli, foi o inglês que se tornou a sua ferramenta literária.
“As personagens deslocadas de Gurnah, em Inglaterra ou no continente africano, encontram-se entre culturas e continentes, entre a vida deixada para trás e a que está por vir. Enfrentam racismo e preconceito, mas também se obrigam a silenciar a verdade ou a reinventar uma biografia para evitar um confronto com a realidade”, justificou ainda a academia.
No seu portfólio constam mais de 10 obras, com destaque para “Paradise” (1994), Desertion (2005) e By the Sea (2001). Em Portugal, tem apenas um livro editado, Junto ao Mar, pela Difel, em 2003.
Até à sua recente reforma era professor de Inglês e Literatura Pós-Colonial na Universidade de Kent, em Canterbury.
Sabe-se que o Nobel da Literatura é um prémio concedido anualmente, desde 1901, pela Academia Sueca a autores que fizeram notáveis contribuições ao campo da literatura, e tem um valor pecuniário superior a 900 mil euros.
Esta é a quarta distinção a ser anunciada pela Academia esta semana, a seguir ao da Medicina, da Física e da Química. Amanhã será conhecido o nome do Prémio Nobel da Paz, mas não será o último. Na segunda-feira, dia 11, será anunciado o Nobel da Economia.
Devido às restrições imposta pela Covid-19, e pelo segundo ano consecutivo, o vencedor do prémio Nobel da Literatura vai receber a distinção no seu país de origem e não em Estocolmo, como é tradição.