Metade do país em risco de tornar-se deserta

Metade do país em risco de tornar-se deserta

O ano de 2023 foi o ano mais quente desde o período pré-industrial (1850-1900), com a temperatura em África a aumentar 1,45.°C da média. Os dados são da Organização Mundial de Meteorologia (OMM).

No continente africano, mais de 24 milhões de pessoas na região austral do bloco enfrentam fome, desnutrição e escassez de água, devido à seca e à desertificação.

No caso de Moçambique, o activista da organização não-governamental Justiça Ambiental moçambicana, René Machoco, sublinha que “cerca de 50% da área moçambicana corre o risco de desertificação, afectando essencialmente a província de Maputo, Gaza, Inhambane, Sofala, um pouco de Tete e Manica.”

Citado pela RFI, o activista da Justiça Ambiental aponta como principais causas da desertificação a “insuficiência de água superficial ou baixa precipitação, déficit pluviométrico, queimadas descontroladas além das plantações de monoculturas com recurso a fertilizantes, usados de forma intensiva.”

Não obstante, Machoco relembra que  “o país se localiza numa região que é muito afectada pelos eventos climáticos extremos”, todavia “podemos criar medidas de adaptação e de mitigação a essas mudanças climáticas”.

“Temos que encontrar medidas que evitem ou que minimizem a emissão de carbono, que é um dos principais elementos para o efeito de estufa (…) medidas que não pressionem a biodiversidade, opções de desenvolvimento que garantam a sustentabilidade das nossas florestas, evitando as plantações de monoculturas, fazendo diversificação de espécies com sucessão de culturas, apostando em medidas para o controlo de queimadas descontroladas, entre outras”, frisou.

 

(Foto DR)

Partilhar este artigo

Deixe uma resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado.