A Associação Médica de Moçambique (AMM) submeteu uma providência cautelar devido aos últimos posicionamentos do Governo perante as reivindicações da classe por melhores condições de trabalho. A classe entende que os pronunciamentos do Governo são ameaças.
O documento que deu entrada no Tribunal Administrativo visa anular as faltas e processos disciplinares sobre os médicos que estão em greve há 23 dias. O Governo entende que a greve anunciada dos médicos está a violar os serviços mínimos.
“Nós entendemos isso como uma ameaça, e como tal, já submetemos uma providencia cautelar junto do tribunal administrativo há cerca de dois”, disse, Napoleão Viola, porta voz da AMM.
Estes consideram que as medidas governamentais são ilegais e avançam que o assunto será encaminhado a instâncias internacionais por estarem a ser marginalizados.
Esta semana, o Governo disse que vai contratar cerca de 60 médicos para colmatar o défice nas unidades sanitárias, e sobre isto a AMM entende que o Governo deve, na verdade, contratar todos os médicos do país.
“Temos cerca de 450 médicos que estão sem emprego em Moçambique porque o Governo não os quer contratar. Se já vai contratar 60, ficamos felizes. Gostaríamos que se contratasse todos eles. Deveria contratar todos os médicos que estejam disponíveis para podere trabalhar”, apelou, citado esta quarta-feira, pela STV.
Apesar disso, adverte que as novas contratações não estarão, necessariamente, a garantir qualidade nos serviços sanitários.
“O sair da carteira, hoje, para o mercado de emprego não significa que já se sabe tudo. A experiência é muitíssimo importante. Portanto, o Governo acha que vai poder mandar para casa os médicos experientes e contratar os inexperientes. Isso implica uma grande redução em relação aquilo que é a qualidade do serviço que deveria ser prestado”, notou.
A classe agendou uma marcha na cidade de Maputo, no próximo sábado.
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