O médico tradicional moçambicano, Mbaimbai Hlati pretende criar a Universidade de Medicina Africana em Moçambique (SADC University Of African Medicine – UAM) para difundir os conhecimentos tradicionais africanos bem como apoiar os seus praticantes.
Mbaimbai Hlati fundou a SADC UAM na África do Sul, em 2012, – a primeira universidade de medicina tradicional do mundo – e replicá-la em Moçambique será a realização de um sonho, disse o médico tradicional, entrevistado pela TV Limpopo.
“Eu tive este sonho há muitos anos e esta será uma realização [para mim]. Lá na Africa do Sul a universidade já existe, e pensei que, por ser moçambicano, é melhor criar um campus aqui em Moçambique, para ajudar os nossos compatriotas moçambicanos, médicos tradicionais, alguém que deseja aprender acerca da medicina tradicional”, explicou o fundador e CEO da SADC UAM.
Na África do Sul, a universidade já graduou vários curandeiros entre eles um moçambicano com o grau de PhD.
De acordo com Mbaimbai Hlati a implantação da universidade em Moçambique vai tirar os praticantes (médicos) da medicina tradicional do anonimato e permitir que sejam conhecidos, bem como aprofundar os seus conhecimentos nas diversas matérias da área.
“Foi um sonho que pensei ser bom para trazê-lo a Moçambique por eu ser moçambicano e agradeço aos médicos tradicionais do país por terem acolhido a iniciativa. É algo de enorme valor e que me dá alegria”.
O mentor da iniciativa prevê melhorias na relação entre os praticantes da medicina tradicional (curandeiros) e a comunidade onde eles estão inseridos. Mas também, afirma que os jovens não terão mais vergonha de ser curandeiros.
“A universidade vai mudar muita coisa porque as pessoas não entendem a figura do medico tradicional. Algumas pessoas têm medo do médico tradicional e outras olham para ele como um feiticeiro, como alguém que sabe matar. Esta universidade vem para dar luz à comunidade e à juventude em particular de modo a não terem medo do chamado para se tornarem curandeiros porque a universidade vai dar prestígio à profissão”, disse.
Além disso, Mbaimbai Hlati referiu que a universidade ensina que os curandeiros devem ser pessoas limpas e asseadas. “É um meio que encontramos para tirar os curandeiros da escuridão, que os assombrou por muito tempo”.
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