O presidente do Movimento Democrático de Moçambique (MDM, oposição), Lutero Simango, apelou nesta quinta-feira a um diálogo franco e aberto entre o Governo moçambicano e os médicos moçambicanos, para resolver a greve destes profissionais, iniciada em 10 de Julho.
Segundo Lutero Simango, a greve que afecta o sector público de saúde em todo o país é uma realidade visível a milhares de moçambicanos. “Há greves no sector público, é uma realidade. Há greves silenciosas e as visíveis; apesar disso, serviços mínimos e básicos devem ser garantidos”, apelou o líder do MDM.
“A nossa solidariedade com as reivindicações justas dos médicos, enfermeiros e técnicos de saúde. (…) O diálogo com o Governo deve ser franco, aberto e honesto”, afirmou, ao abrir a reunião ordinária do terceiro maior partido moçambicano na cidade da Beira.
Com a paralisação de 21 dias, prorrogáveis, a classe médicas contesta os cortes salariais com a aplicação da nova tabela e a falta de pagamento de horas extras.
“O Sistema Nacional de Saúde deve ser revisto e adaptar a nova realidade com existência de novos actores, no sector privado”, criticou ainda Lutero Simango.
Recorde-se que, a Associação Médica de Moçambique (AMM) justificou anteriormente a decisão do regresso à greve, após a suspensão de uma outra convocada em Dezembro, com a ausência de resultados nos entendimentos alcançados com o Governo nas negociações realizadas no final do ano passado.
A classe médica moçambicana tinha já anunciado o seu descontentamento em Novembro do ano passado, quando adiaram uma primeira greve, após encontros com os ministros da Economia e da Saúde, para “dar tempo ao Governo” de “implementar os princípios acordados”.
A AMM aponta a “mudança constante de interlocutores por parte do Governo” e a falta de transparência sobre a “forma como os salários dos médicos estão a ser ou não processados” como alguns dos pontos que determinaram o fracasso das negociações até esta altura.
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