A intervenção de supervisores poderá garantir a verificação fiel e imparcial de 39 actas e editais não considerados durante o apuramento do resultados intermédios das eleições autárquicas de 11 de Outubro em Quelimane, considera o edil da cidade e cabeça-de-lista do partido Renamo, Manuel de Araújo.

O Conselho Constitucional (CC) deliberou, no acórdão nº 44/CC/2023 de 31 de Outubro, dar provimento parcial ao recurso interposto pela Renamo quanto ao pedido referente as 39 actas e editais. Isto significa que devem ser considerados os dados dessas actas e editais que não tinham sido incluídos no apuramento intermédio dos resultados da votação em Quelimane.

Falando este sábado em conferencia de imprensa, disse que os órgão eleitorais na província estão descredibilizados por terem cometidos vários atropelos à lei eleitoral e tramarem derrota da Renamo.

“Deve vir uma comissão de Maputo, ou da lua, para vir fazer essa verificação com uma supervisão do STAE [Secretariado Técnico da Administração Eleitoral] central e da Comissão Nacional de Eleições porque não confiamos nem na Comissão Distrital de Eleições, nem na Comissão Provincial de Eleições. Não estou a dizer que confiamos no STAE nacional e no STAE do Bispo”, disse Manuel de Araújo.

Ele disse que o processo de verificação dos 39 editais deve ser acompanhado igualmente por observadores ou supervisores nacionais e internacionais. “Queremos lisura, justiça e transparência”.

De acordo com Araújo, os órgãos eleitorais, propositadamente, atribuíram votos à Frelimo; alteraram votos em 26 mesas de votos; aleatoriamente, e sem a respectiva acta, adicionaram votos em 15 mesas de votos.

“É por isso, a contabilização das actas e editais não suprime todas as reclamações da Renamo. Mais do que isso, devem cessar, acautelar e corrigir todos os vícios que aqui detectámos”, sugeriu.

Na ocasião, Araújo frisou que, além de se referir aos resultados viciados, poderia arrolar outras irregularidades eleitorais como o facto de o terem detido na qualidade de cabeça-de-lista da Renamo, dos presidentes de mesas de assembleia de votos que se recusaram a assinar actas, dos secretários que não produziram actas, do facto de a polícia ter carregado os votos das urnas para o STAE, do preenchimento de actas e editais “no quintal do STAE”.